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"Coletes amarelos" voltam a protestar na França

Macron, muito criticado pelos "coletes amarelos" que pedem a sua demissão, organizou uma consulta nacional para tentar responder à ira dos manifestantes

Manifestantes vestindo coletes amarelos participam de uma demonstração do movimento "coletes amarelos" em Marselha REUTERS/ (Jean-Paul Pelissier/Reuters)
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AFP

Publicado em 2 de março de 2019 às 12h09.

Os "coletes amarelos", que protagonizam manifestações desde meados de novembro na França , voltaram a protestar neste sábado (2), abrindo um "grande mês" de mobilização para marcar o fim do "grande debate" lançado pelo presidente Emmanuel Macron em resposta ao seu movimento.

Em Paris, várias centenas de pessoas se reuniram no Arco do Triunfo e saíram em passeata por 12 quilômetros sob forte vigilância policial.

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Também estão previstas marchas em outras partes do país, na parte da tarde, em cidades como Marselha, Montpellier, Toulouse e Arles (sul), em Estrasburgo (nordeste), Nantes (oeste) e Bordeaux (sudoeste).

No norte, os organizadores convocaram os "coletes amarelos" da região e de países vizinhos (Bélgica, Reino Unido, Luxemburgo, Holanda, Alemanha) para "convergir" para Lille. "A luta é internacional", afirmava a mensagem do evento no Facebook, traduzida para o inglês e o alemão.

Em Paris, a multidão era menos numerosa do que a de outros sábados, admitiram vários manifestantes, que apostam no protesto de 16 de março, apresentado como um dia chave para o movimento.

O dia 16 de março coincide com o fim do grande debate nacional lançado em 15 de janeiro pelo chefe do Estado francês.

Macron, muito criticado pelos "coletes amarelas" que pedem a sua demissão, organizou uma consulta nacional sem precedentes de dois meses, para tentar responder à ira dos manifestantes, reunindo as preocupações dos franceses.

O debate, que resultou em 10 mil reuniões na França e mais de um milhão de contribuições pela Internet, foi chamado de "farsa" e de "campanha de comunicação" por numerosos "coletes amarelos".

"O dia 16 será decisivo", disse Raymond, técnico de manutenção de 55 anos, que desde 17 de novembro vai a Paris todos os sábados para se manifestar.

Embora Macron tenha afirmado na sexta-feira que "um bom número de franceses" já não "compreendia esse movimento", Cathérine, aposentada, considera que a mobilização não perdeu força.

Muitos franceses "são 'coletes amarelos' internamente, e não precisam estar fisicamente presentes", argumentou.

O atípico movimento de protesto, apolítico e à margem dos sindicatos, surgiu contra o aumento do preço dos combustíveis e para exigir maior poder aquisitivo, mas com o tempo ampliou suas reivindicações.

Em 17 de novembro, 282 mil manifestantes participaram do primeiro ato do movimento, nascido nas redes sociais.

No último sábado, 46 mil o fizeram, dos quais 5.800 em Paris, segundo as autoridades, números que os manifestantes frequentemente questionam.

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