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Colapso da rede elétrica em Cuba se agrava com chegada do furacão Oscar

Cuba enfrenta o quarto apagão em três dias, enquanto milhões ficam sem energia em meio à passagem do furacão

A chegada do furacão Oscar agrava crise energética em Cuba, que já enfrenta dias de apagão. (Ernesto Mastrascusa/EFE)

A chegada do furacão Oscar agrava crise energética em Cuba, que já enfrenta dias de apagão. (Ernesto Mastrascusa/EFE)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 21 de outubro de 2024 às 09h30.

Última atualização em 21 de outubro de 2024 às 10h22.

Cuba sofreu um novo colapso em sua rede elétrica com a chegada do furacão Oscar no domingo, 20, deixando milhões de pessoas sem eletricidade enquanto a nação luta para restaurar seu sistema de energia. O apagão, o quarto desde sexta-feira, 18, agravou as condições de vida dos cubanos que já enfrentavam dias de escuridão, calor intenso e escassez de alimentos. As informações são da CNN.

O furacão Oscar atingiu o litoral oriental de Cuba, próximo a Baracoa, no início da tarde de domingo, 20, como um furacão de categoria 1, com ventos de até 128 km/h. Mais tarde, o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos informou que Oscar havia enfraquecido para uma tempestade tropical e se movia em direção ao oeste sudoeste a 10 km/h. Mesmo assim, chuvas intensas de até 45 cm são esperadas no leste de Cuba até quarta-feira, 23, segundo o NHC.

Em Havana, onde mais de 216 mil pessoas tiveram temporariamente a eletricidade restaurada no domingo, o sistema elétrico voltou a falhar mais tarde no mesmo dia. A cidade, com uma população de 2 milhões de habitantes, permanece parcialmente sem luz, enquanto a população enfrenta filas longas para comprar pão e outros itens essenciais.

Protestos ocorreram em várias partes de Havana, onde moradores saíram às ruas batendo panelas e interrompendo o trânsito em meio à insatisfação crescente com a falta de energia. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, condenou os protestos, afirmando em um vídeo publicado nas redes sociais que o governo "não permitirá atos de vandalismo" que perturbem a tranquilidade da população.

Corte de eletricidade

Desde sexta-feira, 18, quando uma das principais usinas do país falhou, a maioria dos 10 milhões de habitantes de Cuba tem enfrentado cortes constantes de eletricidade, o que também afeta o fornecimento de água e a conservação de alimentos. Moradores de Havana têm se organizado em grupos de WhatsApp para compartilhar informações sobre quais áreas têm eletricidade e para armazenar medicamentos em geladeiras de amigos ou vizinhos com acesso temporário à energia.

A crise energética, exacerbada pela chegada do furacão Oscar, fez com que o governo cancelasse as aulas até quinta-feira e instruísse trabalhadores não essenciais a permanecerem em casa. A Embaixada dos Estados Unidos em Havana também anunciou que abrirá apenas para serviços de emergência nesta segunda-feira.

Autoridades cubanas culpam a crise energética por uma combinação de fatores, incluindo sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e os danos causados por recentes furacões. Em um discurso transmitido na última quinta-feira, 17, o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz explicou que o governo teve de paralisar parte da produção industrial do país para priorizar a geração de energia para a população.

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