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Cidades verdes podem reduzir desigualdade social

Defensor da economia verde, Pavan Sukhdev acredita que ela pode reduzir a desigualdade social e os riscos ambientais

Pavan defende que países em desenvolvimento invistam na economia verde e as nações desenvolvidas reduzam a pegada ambiental (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2012 às 13h48.

São Paulo - O setor da construção civil consome sozinho 12% da água fresca do planeta e produz 40% dos resíduos sólidos. 1/3 da energia global é utilizada por edifícios.

O impacto desses dados é a comprovação de que é preciso mudar da brown economy (economia marrom) para a verde. Essa é a visão de Pavan Sukhdev, chefe da Iniciativa em Economia Verde do Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente e presidente e fundador do GIST Advisory, consultora especializada em impactos ambientais.

A transformação de alguns setores estratégicos são necessárias para que a economia verde seja viável. São eles: agricultura, água, florestas, pesca, energia, transporte, indústria, lixo, turismo e a construção de cidades . “Precisamos também criar condições para essa nova economia, com legislações, subsídios, taxas e reformas”, afirma Sukhdev.

A criação das novas cidades sustentáveis depende ainda de investimentos público e privado. “A construção de edifícios sustentáveis vai aumentar a oferta de empregos, melhorar a qualidade de vida e produtividade dos trabalhadores e ainda reduzir as emissões de poluentes através do uso eficiente de energia”.

Estima-se que nas próximas décadas 80% da população mundial irá viver em centros urbanos. Para o economista, essa proximidade e densidade populacional dos grandes centros nem sempre é negativa. Ela pode ser a propulsora de inovações. Um dos exemplos citados por Pavan Sukhdev é do plano adotado por Singapura. Nos últimos dez anos, a cidade asiática conseguiu aumentar em 10% a área verde – de 36% em 1986 para 47% em 2007.


Foram criados parques, jardins e espaços para a comunidade. “Esses espaços verdes estimulam o convívio social”, diz. “Crianças que crescem perto de áreas verdes são menos estressadas, ansiosas e apresentam uma menor incidência de transtornos de comportamento e depressão”.

Outro fator que estimula o agrupamento das pessoas é o uso do transporte público. E o mais importante, reduz as desigualdades sociais. “As cidades precisam parar de pensar em mobilidade, mas criar o acesso a ela”, alerta Sukhdev.

Os bons resultados obtidos pela iniciativa do governo de Singapura fizeram com que fosse criado o Indíce Singapura ou o Indíce de Biodiversidade das Cidades. Através de alguns indicadores é possível avaliar quão sustentáveis as cidades são. “A boa notícia é que já temos algumas cidades e países com uma performance excelente, entretanto a má notícia é que nenhum deles conseguiu ainda cumprir todos os objetivos”, revela o economista.

Entre os principais objetivos a serem alcançados pelo desenvolvimento sustentável, Pavan Sukhdev cita a melhoria do bem estar humano, a diminuição da desigualdade social e a redução dos riscos ao meio ambiente.

Para isso, os países em desenvolvimento precisam investir na economia verde e as nações desenvolvidas têm que reduzir a pegada ambiental. “Se não mudarmos a economia agora, não teremos o futuro que queremos, mas o futuro que merecemos”.

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São Paulo - O setor da construção civil consome sozinho 12% da água fresca do planeta e produz 40% dos resíduos sólidos. 1/3 da energia global é utilizada por edifícios.

O impacto desses dados é a comprovação de que é preciso mudar da brown economy (economia marrom) para a verde. Essa é a visão de Pavan Sukhdev, chefe da Iniciativa em Economia Verde do Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente e presidente e fundador do GIST Advisory, consultora especializada em impactos ambientais.

A transformação de alguns setores estratégicos são necessárias para que a economia verde seja viável. São eles: agricultura, água, florestas, pesca, energia, transporte, indústria, lixo, turismo e a construção de cidades . “Precisamos também criar condições para essa nova economia, com legislações, subsídios, taxas e reformas”, afirma Sukhdev.

A criação das novas cidades sustentáveis depende ainda de investimentos público e privado. “A construção de edifícios sustentáveis vai aumentar a oferta de empregos, melhorar a qualidade de vida e produtividade dos trabalhadores e ainda reduzir as emissões de poluentes através do uso eficiente de energia”.

Estima-se que nas próximas décadas 80% da população mundial irá viver em centros urbanos. Para o economista, essa proximidade e densidade populacional dos grandes centros nem sempre é negativa. Ela pode ser a propulsora de inovações. Um dos exemplos citados por Pavan Sukhdev é do plano adotado por Singapura. Nos últimos dez anos, a cidade asiática conseguiu aumentar em 10% a área verde – de 36% em 1986 para 47% em 2007.


Foram criados parques, jardins e espaços para a comunidade. “Esses espaços verdes estimulam o convívio social”, diz. “Crianças que crescem perto de áreas verdes são menos estressadas, ansiosas e apresentam uma menor incidência de transtornos de comportamento e depressão”.

Outro fator que estimula o agrupamento das pessoas é o uso do transporte público. E o mais importante, reduz as desigualdades sociais. “As cidades precisam parar de pensar em mobilidade, mas criar o acesso a ela”, alerta Sukhdev.

Os bons resultados obtidos pela iniciativa do governo de Singapura fizeram com que fosse criado o Indíce Singapura ou o Indíce de Biodiversidade das Cidades. Através de alguns indicadores é possível avaliar quão sustentáveis as cidades são. “A boa notícia é que já temos algumas cidades e países com uma performance excelente, entretanto a má notícia é que nenhum deles conseguiu ainda cumprir todos os objetivos”, revela o economista.

Entre os principais objetivos a serem alcançados pelo desenvolvimento sustentável, Pavan Sukhdev cita a melhoria do bem estar humano, a diminuição da desigualdade social e a redução dos riscos ao meio ambiente.

Para isso, os países em desenvolvimento precisam investir na economia verde e as nações desenvolvidas têm que reduzir a pegada ambiental. “Se não mudarmos a economia agora, não teremos o futuro que queremos, mas o futuro que merecemos”.

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