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Chipre assumirá presidência da UE em plena tormenta

O governo da pequena ilha quer provar que pode exercer a presidência tão bem quanto qualquer outro membro da entidade

Bandeiras do Chipre e da União Europeia em prédio: a ilha é dividida entre uma parte grega e outra turca e as negociações para reunificação estão paralisadas (EUCyprus/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2012 às 12h39.

A República do Chipre assumirá no dia 1º de julho a presidência semestral da União Europeia , em um momento no qual a pequena ilha ao oriente do Mediterrâneo, sempre dividida entre uma parte grega e outra turca, se encontra em plena tormenta econômica.

"O que é importante para o Chipre é provar que podemos exercer a presidência tão bem quanto qualquer outro membro da UE", declarou à AFP o porta-voz da presidência, Costas Yennaris.

Membro da UE desde maio de 2004 e da zona do euro desde janeiro de 2008, o Chipre, que conta com 800.000 habitantes, é o Estado membro mais oriental da UE e suas costas se encontram a cem quilômetros de Síria e Líbano.

Esta ilha de 9.000 km2 está dividida desde a invasão do exército turco em 1974, em resposta a um golpe de Estado dos nacionalistas gregos que queriam sua união com Atenas.

Quase 40 anos depois, uma "linha verde" vigiada pela ONU, segue separando as comunidades grega e turca.

Apenas a Turquia reconhece a República turca de Chipre do Norte, proclamada na parte ocupada. A República do Chipre, que reúne os chipriotas gregos, é a única entidade reconhecida internacionalmente.

As negociações para conseguir uma reunificação da ilha se encontram paralisadas, apesar da unificação ser uma das condições exigidas para a adesão na UE.

Desde já, Ancara anunciou rejeitar qualquer contato com a presidência da UE, enquanto esta for exercida pelo Chipre, e ainda evocou, diante do bloqueio das negociações, um plano alternativo para depois de 1º de julho.

"Existe o perigo de que a questão da divisão de Chipre ou a aplicação de um plano alternativo turco desestabilize a presidência, mas o Chipre quer mostrar que é um membro efetivo da UE", ressaltou Hubert Faustmann, professor de História e Ciência Política da Universidade de Nicosia.

O presidente comunista Demetris Christofias afirma não ter a intenção de utilizar a presidência da UE para trazer à tona a questão da divisão ou utilizar como uma arma contra a Turquia.

"Os cipriotas gregos querem mudar sua imagem e parecer bons europeus. Querem o papel de árbitro imparcial, em sua qualidade de país pequeno que não têm muitos interesses próprios para defender nos grandes debates europeus", declarou Hubert Faustmann.

De qualquer forma, a crise financeira grega veio no pior momento para Nicosia, intimamente ligada à Atenas. As autoridades do Chipre solicitaram recentemente uma ajuda financeira para seus bancos, tornando-se o quinto país a fazê-lo.

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A República do Chipre assumirá no dia 1º de julho a presidência semestral da União Europeia , em um momento no qual a pequena ilha ao oriente do Mediterrâneo, sempre dividida entre uma parte grega e outra turca, se encontra em plena tormenta econômica.

"O que é importante para o Chipre é provar que podemos exercer a presidência tão bem quanto qualquer outro membro da UE", declarou à AFP o porta-voz da presidência, Costas Yennaris.

Membro da UE desde maio de 2004 e da zona do euro desde janeiro de 2008, o Chipre, que conta com 800.000 habitantes, é o Estado membro mais oriental da UE e suas costas se encontram a cem quilômetros de Síria e Líbano.

Esta ilha de 9.000 km2 está dividida desde a invasão do exército turco em 1974, em resposta a um golpe de Estado dos nacionalistas gregos que queriam sua união com Atenas.

Quase 40 anos depois, uma "linha verde" vigiada pela ONU, segue separando as comunidades grega e turca.

Apenas a Turquia reconhece a República turca de Chipre do Norte, proclamada na parte ocupada. A República do Chipre, que reúne os chipriotas gregos, é a única entidade reconhecida internacionalmente.

As negociações para conseguir uma reunificação da ilha se encontram paralisadas, apesar da unificação ser uma das condições exigidas para a adesão na UE.

Desde já, Ancara anunciou rejeitar qualquer contato com a presidência da UE, enquanto esta for exercida pelo Chipre, e ainda evocou, diante do bloqueio das negociações, um plano alternativo para depois de 1º de julho.

"Existe o perigo de que a questão da divisão de Chipre ou a aplicação de um plano alternativo turco desestabilize a presidência, mas o Chipre quer mostrar que é um membro efetivo da UE", ressaltou Hubert Faustmann, professor de História e Ciência Política da Universidade de Nicosia.

O presidente comunista Demetris Christofias afirma não ter a intenção de utilizar a presidência da UE para trazer à tona a questão da divisão ou utilizar como uma arma contra a Turquia.

"Os cipriotas gregos querem mudar sua imagem e parecer bons europeus. Querem o papel de árbitro imparcial, em sua qualidade de país pequeno que não têm muitos interesses próprios para defender nos grandes debates europeus", declarou Hubert Faustmann.

De qualquer forma, a crise financeira grega veio no pior momento para Nicosia, intimamente ligada à Atenas. As autoridades do Chipre solicitaram recentemente uma ajuda financeira para seus bancos, tornando-se o quinto país a fazê-lo.

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