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Chineses enfrentam falta de passagens para viajar no Ano Novo do Dragão

Entre 8 de janeiro e 16 de fevereiro, o governo prevê um deslocamento maciço de 3,16 bilhões de pessoas

A tradição chinesa manda que as pessoas voltem para casa nesta época para comemorar com a família (Wikimedia Commons)

A tradição chinesa manda que as pessoas voltem para casa nesta época para comemorar com a família (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2012 às 10h08.

Pequim - A China inicia neste domingo oficialmente a alta temporada de viagens por ocasião do Ano Novo do Dragão, com estimativas de mais de 3,16 bilhões de deslocamentos, mas a celebração começou marcada pelo caos e frustração devido à falta de passagens de trem.

Entre 8 de janeiro e 16 de fevereiro - 40 dias antes e depois do Ano Novo chinês, que dessa vez cai em 23 de janeiro -, o governo prevê um deslocamento maciço ainda maior que em anos passados. A tradição chinesa manda que as pessoas voltem para casa nesta época para comemorar com a família.

Por isso, desde o início de janeiro, milhões de chineses, especialmente estudantes e migrantes, se aglomeram nas estações de trem - meio de transporte mais barato no país - para conseguir uma passagem de volta para a cidade natal nesta data especial do calendário chinês, que neste ano é simbolizado pelo dragão.

No entanto, desde que o governo autorizou em dezembro a venda de passagens pela internet e por telefone, esse êxodo pode ser notado não apenas nas longas filas nas estações, mas também no congestionamento dos sites e telefones que comercializam as passagens.

'Desde 1º de janeiro, venho tentado comprar um bilhete de trem por telefone e pela internet, mas em nenhum dos dois casos tive êxito. Por telefone, quando finalmente me atenderam, foi só para dizer que não havia passagens. Pela internet, a linha está sempre congestionada', conta à Agência Efe a jovem Lin Li, de 23 anos.

Como muitos dos cidadãos chineses, ela se mostra descontente com o novo serviço de venda de passagens ferroviárias na China. Sua esperança é conseguir comprar algum bilhete revendido. 'Por enquanto é minha única opção'.


A imprensa local divulgou nesta semana a carta que um imigrante chinês enviou ao jornal 'Wenzhou Metropolitan Daily' para se queixar da ineficácia do novo sistema de venda de passagens que dificulta o direito dos migrantes a comprá-las.

'Comprar um bilhete de trem é como ganhar na loteria', escreve Huang Qinghong em sua carta. Ele lembra que, há alguns anos, bastava se levantar cedo e fazer fila para comprar, mas critica o fato de que, neste ano, a venda online é muito complicada e injusta. 'Sequer temos o direito de comprar um bilhete'.

Huang, de 37 anos, funcionário de uma fábrica em Wenzhou, diz que foi quatro vezes à estação, todas em vão. Segundo ele, dos 40 operários com quem trabalha, só um conseguiu adquirir uma passagem, por telefone.

'Nosso chefe se solidariza conosco e tenta nos ajudar a comprar pela internet, mas também não consegue. Em nosso tempo livre, na hora de almoço, tentamos comprar por telefone, mas só um de nós conseguiu um bilhete', detalha Huang.

Após publicar sua história, o jornal da cidade de Wenzhou, que recebeu a carta, obteve uma passagem de avião para que Huang possa voltar para casa.

Uma pesquisa divulgada na imprensa chinesa mostra que, dos 40.072 entrevistados, 61,5% consideram difícil comprar bilhetes de trem porque as ferrovias na China são insuficientes, e 31,5% acham que a revenda de passagens só complica a situação.

Apesar de todas as dificuldades, o Ministério de Ferrovias da China prevê que as viagens nessa época do ano aumentarão 6,1% em relação a 2011, e que, durante o período de festas, os trens transportarão 5,88 milhões de pessoas por dia.

Em regiões de alta atividade econômica como Xangai, Pequim e Cantão, a estimativa é que os deslocamentos aumentem cerca de 10% em relação ao ano passado. EFE

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