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China sugere que população coma menos carne; Clima agradece

Além dos benefícios para a saúde, o meio ambiente também pode lucrar


	Venda na China: nível atual de consumo de carne tem impacto sobre a saúde da sociedade e do meio ambiente.
 (China Photos / Stringer/Reuters)

Venda na China: nível atual de consumo de carne tem impacto sobre a saúde da sociedade e do meio ambiente. (China Photos / Stringer/Reuters)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 31 de maio de 2016 às 16h33.

São Paulo - O governo chinês lançou um novo conjunto de orientações alimentares que, se seguidas, têm o potencial de reduzir consideravelmente o consumo global de carne naquele país e, segundo ambientalistas, gerar efeitos positivos para o meio ambiente.

O Ministério da Saúde chinês aconselha que os cidadãos limitem a ingestão mínima de carne a 40 gramas por dia, 10 gramas a menos que sugerido na edição anterior do guia alimentar, de 2007.

Os limites máximos não mudaram. Os dois guias recomendam consumo máximo de proteína animal de 75 gramas por dia. Ao todo, ambas as orientações sugerem limitar a ingestão de carne, aves, peixe, ovos e produtos lácteos a 200 gramas por dia. Atualmente, o consumo chinês desses propdutos está na casa de 300 gramas por dia, bem acima do recomendável.

As novas diretrizes foram desenvolvidas pela Sociedade de Nutrição chinesa com o objetivo de reduzir as taxas de obesidade entre os seus cidadãos. Mas além do benefício para a saúde, se as reduções ocorrerem de fato, o meio ambiente também vai lucrar.

Reduzir o consumo de proteína animal em 10 gramas pode não parecer muito, especialmente porque os limites máximos recomendados não mudaram, mas se todos os chineses (1,3 bilhão de pessoas) seguirem as orientações, seria possível alcançar uma redução de 1,5% das emissões globais de gases efeito estufa, vilões do aquecimento global, segundo estimativas da WildAid, instituição que protege animais silvestres ao redor do planeta.

Conforme destaca o jornal americano Washington Post, a agropecuária é um dos principais contribuintes para as emissões globais de gases de efeito estufa - principalmente na forma de metano e óxido nitroso. O jornal americano também destaca que a criação de gado, em particular, é conhecido por ser um dos principais contribuintes para o desmatamento, o que também eleva as emissões globais de carbono.

Recentemente, dois estudos - um do thinkthank britânico Chatham House e outro publicado na PNAS, a publicação oficial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos - sugeriram que o nível atual de consumo de carne não é sustentável devido ao seu enorme impacto sobre a saúde da sociedade e do meio ambiente.

No mês passado, o Conselho de Ética da Dinamarca recomendou ao governo a criação de um imposto sobre o consumo da carne devido a sua grande pegada de carbono. Segundo o grupo, sem diminuir o consumo de carne, seria impossível atingir a meta do acordo climático de Paris, que busca limitar em 2ºC o aumento da temperatura global até 2100, a fim de se evitar os piores efeitos das mundanças climáticas

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