Manifestantes se reúnem em frente à sede do jornal Southern Weekly, em Guangzhou (REUTERS / James Pomfret)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 07h03.
Pequim - O Departamento de Propaganda do Partido Comunista da China (PCCh) lembrou nesta terça-feira que o Governo "ainda tem o controle absoluto" da imprensa e proibiu novos protestos a favor da liberdade de expressão, em resposta às manifestações de jornalistas ocorridas ontem no Cantão.
"São várias as forças estrangeiras hostis que intervieram nos protestos", afirmou a nota do PCCh, enviada aos principais chefes do partido e a diretores de alguns veículos da imprensa para exortá-los a coibir tais manifestações.
A carta responde à greve e aos protestos que foram liderados por jornalistas do semanário "Southern Weekly" ("Nanfang Zhoumo") contra a censura sofrida pela primeira edição de 2013 dessa publicação, conhecida por seu jornalismo investigativo e sua linha editorial liberal.
O comunicado do PCCh, publicado pelo diário "South China Morning Post", assegura que o controle midiático das autoridades é um princípio "inquebrantável".
A redação do "Southern Weekly" denunciou na semana passada a censura das autoridades provinciais em seu editorial e em outros artigos, que foram mudados ou omitidos para serem substituídos por textos que elogiavam o Governo chinês.
Depois de as autoridades terem rejeitado essas acusações, a redação decidiu declarar-se em greve contra esse controle, algo que não ocorria em um veículo chinês de tal prestígio e importância havia mais de duas décadas.
Além disso, mais de 300 seguidores se manifestaram nesta segunda-feira diante da sede do grupo em apoio à greve, e nas redes sociais muitos internautas defenderam a liberdade de expressão.
O Departamento de Propaganda comunista também ordenou hoje aos veículos de comunicação de todo o país que publiquem um editorial no qual diz que o gigante asiático "não tem a infraestrutura social para apoiar a "imprensa livre".
"Devido à realidade social e política da China, a liberdade de imprensa que reivindicam essas pessoas simplesmente não existe", assinala o editorial.