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China e Japão realizam importante reunião para retomar laços

Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, realizaram conversas formais nesta segunda-feira

Xi Jinping cumprimenta Shinzo Abe: China e Japão, segunda e a terceira maiores economias do mundo, têm trocado farpas nos últimos dois anos (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Xi Jinping cumprimenta Shinzo Abe: China e Japão, segunda e a terceira maiores economias do mundo, têm trocado farpas nos últimos dois anos (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2014 às 10h15.

Pequim - Após um estranho aperto de mãos, o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, realizaram conversas formais nesta segunda-feira pela primeira vez desde que os dois líderes assumiram seus cargos, num marco dos esforços para melhorar os laços entre os rivais asiáticos.

Imagens televisionadas mostraram Abe esperando por Xi para saudá-lo no Grande Salão do Povo, em Pequim, uma quebra de protocolo na qual o líder chinês é quem espera pelo convidado. Xi estava sério e rígido quando ambos apertaram as mãos, e não falou com Abe no primeiro encontro. 

China e Japão, a segunda e a terceira maiores economias do mundo, têm trocado farpas nos últimos dois anos por conta de uma disputa territorial sobre ilhas desabitadas, da rivalidade regional e do legado do tempo da ocupação japonesa na China durante a guerra. 

A reunião, resultado de dois meses de conversas de bastidores e de um acordo fechado na semana passada entre diplomatas, que indicou a disposição de colocar a disputa territorial de lado, abre as portas para outros diálogos, como discussões econômicas que há tempos se encontram estagnadas.  “Líderes (das duas nações) se reuniram e compartilharam francamente seus pontos de vista”, disse o secretário-geral do gabinete japonês, Yoshihide Suga, em Tóquio.

“Eu acho que houve grande progresso para melhorar o relacionamento entre Japão e China.” Abe e Xi também concordaram em começar a trabalhar no gerenciamento de crises marítimas, a fim de evitar confrontos, em uma época em que barcos de patrulha e jatos de combate de ambos os países se rivalizam regularmente perto de disputadas ilhas no Mar do Leste da China, que são controladas pelo Japão, mas também reivindicadas por Pequim. 

Especialistas disseram que ambos os lados concordaram que o congelamento nos laços diplomáticos estava prejudicando as vitais relações econômicas dos países, assim como ameaçando criar um confronto militar não intencional que poderia trazer os Estados Unidos para o jogo.

O investimento direto do Japão na China caiu mais de 40 por cento durante os primeiros nove meses do ano.  “Este é um primeiro passo para melhorar as relações bilaterais, voltando para o cerne de um relacionamento mutuamente benéfico baseado em interesses estratégicos em comum”, disse Abe a repórteres após o encontro durante o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês). 

Abe teve um papel central na melhoria dos laços com a China durante seu mandato de 2006-2007, mas desde que voltou ao cargo novamente em 2012, seus esforços para mudar os limites da Constituição pacifista do Japão e contestar a história de tempos de guerra com um tom menos cordial, somados à maior assertividade regional da China, aprofundaram o atrito entre os dois países.

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