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China e Índia querem dobrar comércio bilateral até 2015

Objetivo é fazer comércio entre do países atingir US$ 100 bilhões

Premier indiano, Manmohan Singh, cumprimenta colega chinês, Wen Jiabao em Nova Déli (Raveendran/AFP)
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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2010 às 14h17.

Nova Déli - Índia e China anunciaram esta quinta-feira a intenção de duplicar suas trocas comerciais até 2015, elevando-as a 100 bilhões de dólares, em uma cúpula em Nova Délhi, na qual houve avanços notáveis nas diferenças históricas entre os dois países, em particular as fronteiriças.

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e seu colega indiano, Manmohan Singh, concordaram ainda em desenvolver as exportações da Índia para a China para equilibrar o comércio bilateral, que tem um saldo favorável para Pequim de 20 bilhões de dólares.

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Os intercâmbios entre as duas grandes economias dotadas da maior taxa de crescimento do mundo totalizaram 42 bilhões de dólares em 2009 e deveriam situar-se em 60 bilhões para o ano fiscal atual, que termina no março de 2011.

"Há suficiente espaço no mundo para o desenvolvimento de China e Índia e bastantes setores nos quais China e Índia podem cooperar", declararam os primeiros-ministros em um comunicado conjunto difundido após sua reunião.

Desde a chegada de Wen Jiabao, na quarta-feira, à capital federal indiana, sua delegação, integrada por 400 empresários, selou acordos de 16 bilhões de dólares em vários setores que vão das finanças à energia.

As trocas econômicas e comerciais estão em pleno desenvolvimento, mas as relações diplomáticas ainda são afetadas por uma desconfiança recíproca e o comunicado se abstêm de mencionar avanços sobre uma série de temas sensíveis.

Os dois países enfrentam questões territoriais na cordilheira do Himalaia, que deram lugar a uma breve, mas sangrenta guerra em 1962.

As discussões de quinta-feira só conseguiram reafirmar o compromisso de resolver "em uma data rápida" o conflito, que já foi objeto de 14 rodadas de negociações.

"Os dois países trabalharão juntos para manter a paz e a tranquilidade nas zonas fronteiriças, conforme os acordos procedentes", acrescentou o comunicado.

A Índia teme que a China se coloque cada vez maior firmeza nas posições relativas às suas reivindicações territoriais.

Pequim havia condenado duramente no ano passado a visita de Singh e do Dalai Lama ao Estado de Arunachal Pradesh (nordeste), que a China reivindica integralmente.

Há outros temas que também irritam Pequim, como a presença do Dalai Lama na Índia. O chefe espiritual dos tibetanos, que vive exilado em Dharamsala (norte da Índia) desde 1959, quando fugiu da repressão de um levante na China.

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