Taiwan: na terça-feira, 19, o "USS Benfold", um destróier da classe Arleigh Burke, "conduziu uma passagem de rotina pelo Estreito de Taiwan (Marcus Brandt/Getty Images)
AFP
Publicado em 20 de julho de 2022 às 09h49.
O governo chinês condenou, nesta quarta-feira (20), a passagem de um navio de guerra americano pelo Estreito de Taiwan, acusando os Estados Unidos de quererem "destruir a paz e a estabilidade" deste corredor estratégico que separa a ilha da China continental.
"As frequentes provocações e fanfarrices dos EUA demonstram plenamente que os EUA estão destruindo a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan", ao mesmo tempo em que criam riscos, disse o porta-voz do Comando do Teatro Leste da China, coronel Shi Yi.
Na terça-feira, o "USS Benfold", um destróier da classe Arleigh Burke, "conduziu uma passagem de rotina pelo Estreito de Taiwan em águas internacionais", disse a Sétima Frota dos Estados Unidos.
"O navio transitou por um corredor do Estreito que está além do mar territorial de qualquer Estado costeiro", acrescenta o comunicado.
As forças chinesas estão sempre "em alerta máximo para (resolutamente) preservar a soberania nacional e a integridade territorial", destacou o coronel chinês.
O Ministério da Defesa de Taiwan disse que monitorou de perto a passagem do navio e que "a situação era normal".
Pequim considera Taiwan como parte de seu território que retornará ao seu controle, mesmo que pela força. Nesse contexto, o estreito de 180 quilômetros que separa a ilha da China continental é uma questão delicada.
Os Estados Unidos e seus aliados veem o Estreito de Taiwan, por sua vez, como parte das águas internacionais abertas a todos. Desde janeiro, os navios de guerra americanos atravessam este canal quase todos os meses.
Em junho, o Ministério chinês das Relações Exteriores reivindicou que "a China tem soberania, direitos soberanos e jurisdição sobre o Estreito de Taiwan".
"É uma alegação falsa que alguns países chamem o Estreito de Taiwan de 'águas internacionais' para encontrar um pretexto para manipular questões relacionadas a Taiwan e ameaçar a soberania e a segurança da China", disse o porta-voz chinês.
A China reagiu com veemente oposição nesta terça-feira, 19, à notícia de que a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, viajará a Taiwan, revelada pelo jornal Financial Times. Porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian afirmou que a viagem violaria a "soberania e integridade territorial" do gigante asiático, além de prejudicar as relações sino-americanas e enviar um sinal "errado" ao que chama de "forças separatistas" da ilha. "A China se opõe firmemente a isso", disse, durante coletiva de imprensa.
Zhao Lijian reforçou pedido de Pequim para que Washington não organize a visita, cesse as comunicações com Taiwan e "pare de criar tensões" na região. "Se os EUA insistirem em seguir seu próprio caminho, a China tomará medidas resolutas e contundentes para salvaguardar firmemente a soberania nacional e a integridade territorial", ameaçou, acrescentando que a responsabilidade da resposta recairia aos EUA.
Taiwan é governado de maneira independente desde o final da guerra civil chinesa, no fim da década de 1940, mas a China reivindica a soberania total do território, cuja independência não é formalmente reconhecida pela maior parte da comunidade internacional.
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