Chen Deming, ministro chinês do Comércio: PIB da China ultrapassou o do Japão no 2º tri, alcançando US$ 1,33 trilhão (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
Pequim - A China celebrou nesta terça-feira o fato de ter superado o Japão como segunda economia mundial, mas reconheceu que ainda tem muito trabalho pela frente para tirar milhões de habitantes da pobreza.
O Produto Interno Bruto (PIB) chinês no segundo trimestre foi de 1,3369 trilhão de dólares, contra US$ 1,2883 trilhão do Japão, segundo números oficiais divulgados na segunda-feira.
Assim, a Chino destronou o Japão como segunda economia mundial, um posto que os nipônicos ocupavam há 40 anos, atrás dos Estados Unidos.
Nos seis primeros meses do ano, no entanto, a atividade japonesa permaneceu levemente superior, com um PIB de 2,578 trilhões de dólares, contra US$ 2,532 trilhões da China.
Desde o início da política de reforma e abertura do país comunista no fim dos anos 70 por Deng Xiaoping, o PIB de China superou o da Grã-Bretanha, França e Alemanha, o que deu aos países em desenvolvimento um peso mais importante no Banco Mundial (Bird) e no Fundo Monetário Mundial (FMI).
Recentemente, a China, país mais povoado do mundo conquistou os de maior exportador mundial, principal mercado automobilístico e líder na produção de aço.
Mas o próprio governo admitiu que a China ainda tem muito trabalho pela frente e que está atrás de muitos países no que diz respeito à renda per capita.
"Não deveríamos estar preocupados apenas com o PIB, deveríamos estar atentos à renda per capita", declarou o porta-voz do ministério do Comércio, Yao Jian.
A renda per capita na China é de 3.800 dólares, o que deixa o país na 105ª posição no mundo. Dos 1,3 bilhão de habitantes, 150 milhões vivem abaixo da linha de pobreza estabelecida pela ONU.
"A qualidade do crescimento econômico chinês deve melhorar, seja em termos de qualidade de vida ou em termos de proteção ao meio ambiente, ciência ou tecnologia", destacou o porta-voz.
Apesar do PIB chinês ter superado o japonês, é preciso lembrar que o Japão tem uma população 10 vezes menor e que, portanto, é 10 vezes mais rico por habitante que a China.
"Ainda temos que preencher uma brecha enorme", admitiu Yao.
Para a imprensa, o fato da China ter se tornado a segunda economia mundial não muda o fato de que se trata de um país em desenvolvimento.
"A economía chinesa ainda está no nível de um país em desenvolvimento. A segunda economia mundial não equivale à segunda potência econômica mundial", afirma o Diário do Povo, órgão do Partido Comunista (partido único, no poder desde 1949).
Para o jornal oficial em inglês China Daily, a comunidade internacional "não deve esperar muito de uma economia em desenvolvimenlo e com uma renda per capita ainda frágil".
"Aqueles que querem que a China assuma responsabilidades internacionais ainda maiores apenas pelo tamanho de sua economia também devem considerar os enormes desafios em termos de desenvolvimento que o país enfrenta", completa.
Muitos analistas ocidentais pensam que a nova China deve exercer um papel de liderança muito maior a nível mundial em temas como diplomacia, defesa do meio ambiente ou direitos humanos.
Mas também é correto que o segundo lugar da China é muito relativo, em particular se for considerado que uma valorização do yuan em relação ao dólar - como pedem os parceiros comerciais de Pequim - permitiria ao Japão conservar o segundo lugar, atrás dos Estados Unidos.
De todos os modos, o objetivo da China é superar os Estados Unidos, o que pode acontecer dentro de 15 a 25 anos, segundo Li Hong, colunista do Diário do Povo.
"Nosso objetivo final é, naturalmente, alcançar o topo, suplantar os Estados Unidos", afirma.
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