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Chilenos aprovam reforma que eleva impostos sobre empresas

Deputados referendaram por uma ampla maioria o pacote de medidas que pretende arrecadar US$8,2 bilhões

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2014 às 08h18.

Santiago - A ambiciosa reforma tributária que o Governo chileno pretende implementar passou na quarta-feira à noite pelo primeiro obstáculo, ao ser aprovado na Câmara dos Deputados um aumento no imposto sobre as grandes empresas e alterações na tributação de seus rendimentos.

Depois de uma maratônica discussão, os deputados referendaram por uma ampla maioria o pacote de medidas que pretende arrecadar 8,2 bilhões de dólares ou o equivalente a 3 por cento do Produto Interno Bruto para financiar mudanças profundas na educação e melhorias na saúde.

"Hoje celebramos porque demos um passo muito importante (...) e é uma realidade cada vez mais próxima que em 2014 estaremos implementando a reforma para cumprir os sonhos do país", disse a jornalistas o ministro da Fazenda, Alberto Arenas.

Além da melhora na educação e do fortalecimento das finanças, o governo da presidente socialista Michele Bachelet busca o crescimento mais equitativo para enfrentar a desigualdade em um dos países com pior distribuição de riqueza na América Latina.

São Paulo – Um ranking elaborado pela KPMG International mostrou que o Brasil é o quarto país entre as principais economias mundiais que mais cobram impostos de suas empresas . Para elaborar o ranking, a consultoria utilizou um indicador batizado de TTI, ou Total Tax Index (algo como índice total de tributos). O estudo “ Alternativas Competitivas de 2012, relatório especial: foco nos tributos ” avaliou taxas sobre lucros, custos trabalhistas e outros tributos. A medição, feita para 14 países, utilizou como base os tributos nos Estados Unidos (100%) e mostrou, percentualmente, quanto os países cobram de suas empresas em relação aos impostos americanos. O Brasil marcou 142,6% nessa escala, ou seja, 42,6 pontos percentuais a mais que os Estados Unidos. Clique nas fotos e confira os 10 países que mais cobram impostos das empresas, segundo a KPMG.
  • 2. 1) França

    2 /12(Wikimedia Commons)

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    TTI: 179,7%
    Em meio a uma série de dificuldades econômicas e mudanças no sistema tributário, a França subiu entre os países que mais cobram tributos, especialmente por uma folha de pagamentos mais pesada, apontou o estudo.
  • 3. 2) Itália

    3 /12(Franco Origlia/Getty Images)

  • TTI: 152,9%
    A pontuação do país aumentou 23,3 pontos entre a última pesquisa, realizada em 2010, e o estudo deste ano. Parte disso aconteceu porque a Itália aplicou em 2010 incentivos tributários para novos negócios, medida que já venceu.
  • 4. 3) Japão

    4 /12(Kiyoshi Ota/Getty Images)

    TTI: 152,3%
    A análise da KPMG apontou que o Japão lançou um grande esforço para reduzir os impostos sobre lucros entre 2012 e 2015. Essas medidas, porém, acabaram sendo anuladas pela apreciação da moeda japonesa nos últimos dois anos, que aumenta o custo em dólares de outras taxas no Japão, e por um aumento modesto nos custos trabalhistas.
  • 5. 4) Brasil

    5 /12(Germano Lüders/EXAME.com)

    TTI: 142,6% A KPMG chamou atenção para o fato de que o Brasil cobra de suas empresas mais impostos do que outras economias de alto crescimento econômico, como a Rússia, China, Índia e México. Roberto Haddad, sócio da área de Tributos Internacionais da KPMG no Brasil, comenta que o resultado sinaliza que a alta carga tributária é um dos principais componentes na composição do custo Brasil. Outro destaque sobre o país é que o Brasil não permite dedução total dos impostos de gastos com Pesquisa e Desenvolvimento. Algumas empresas que investem nessa categoria podem deduzir até 80% de seus custos com estudos e inovação, mas mesmo nesses casos, ainda sobra uma margem de 20% não dedutíveis, o que aumenta a carga total de impostos.
  • 6. 5) Austrália

    6 /12(Ian Waldie/Getty Images)

    TTI: 125,1%
    O país registrou o maior aumento entre os países pesquisados, com adição de 44,3 pontos entre o resultado de 2010 e deste ano. Além de uma apreciação da moeda australiana (que aumenta o custo em dólares dos tributos), o país fez mudanças em uma lei de incentivo para pesquisa e desenvolvimento implementada em 2011.
  • 7. 6) Alemanha

    7 /12(Adam Berry/Getty Images)

    122%
    O país reduziu um pouco sua pontuação. Na última pesquisa da KPMG, a Alemanha marcou 124,1% de TTI em relação ao país-base do estudo.
  • 8. 7) Estados Unidos

    8 /12(Clemmesen / SXC)

    TTI: 100%
    O país tem a taxa de referência para o ranking. Assim, sua posição muda ao longo dos anos de acordo com os dados dos outros países. A pesquisa apontou que nos Estados Unidos a diferença entre a cidade que mais cobra impostos (São Francisco) para a que menos cobra (Cincinnati) é de 25,8 pontos.
  • 9. 8) Países Baixos

    9 /12(Creative Commons/phault/flickr)

    TTI: 77,2%
    Embora esteja na lista dos 10 mais, o país cobra menos tributos do que os Estados Unidos, país que nivela a pesquisa. Com um sistema de cobrança bem centralizado, a diferença de carga de impostos entre a cidade que mais cobra e a que menos cobra é pequena, de apenas 0,5 ponto.
  • 10. 9) Reino Unido

    10 /12(Richard Heathcote/Getty Images)

    TTI: 73,3%
    A carga de tributos cobrada no país diminuiu 14,8 pontos entre a última pesquisa e a mais recente, maior queda entre os países pesquisados. A variação é efeito, principalmente, de mudanças de regra para uma menor cobrança de impostos sobre lucros das empresas. As regras já reduziram em 2% esses encargos e devem promover uma nova redução de 3% até 2014.
  • 11. 10) Rússia

    11 /12(Wikimedia Commons)

    TTI: 71,7%
    Assim como Índia, China e Brasil, a Rússia entrou no estudo neste ano e não há assim comparação com a pesquisa anterior. Além dos países do ranking, Índia, Canadá, China e México também foram pesquisados e são os quatro países da ponta contrária, que menos cobram impostos de suas empresas.
  • 12. Agora conheça os países mestres em competitividade

    12 /12(Flickr/Fórum Econômico Mundial)

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