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Chile mantém certificados de imunidade, apesar de restrições da OMS

Para a OMS, não há evidências de proteção a pacientes recuperados da covid-19, embora a agência reconheça que haja algum tipo de proteção a eles

Chile: país alega que as evidências apontam para risco reduzido após um primeiro ataque de coronavírus (Marcelo Hernandez/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 27 de abril de 2020 às 07h43.

O Chile manterá a distribuição de "certificados de imunidade", anunciados anteriormente para pacientes recuperados de covid-19, apesar de um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que não há evidências de que estejam protegidos contra uma segunda infecção por coronavírus.

Paula Daza, subsecretária do Ministério da Saúde do Chile, disse que, embora muitas incertezas permaneçam sobre a pandemia global, as evidências apontam para risco reduzido após um primeiro ataque de coronavírus.

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"Uma das coisas que sabemos é que uma pessoa que viveu a doença tem menos probabilidade de ficar doente de novo", disse Daza. Ela afirmou ainda que certificar esse status é a "meta do cartão covid-19, que está sendo preparado e em breve será entregue" aos pacientes.

A Organização Mundial da Saúde alertou, no sábado (25), os governos sobre a emissão de "passaportes de imunidade" para pessoas infectadas, pois não há garantias dessa suposta proteção.

A agência das Nações Unidas disse que a emissão dos certificados pode inspirar falsa confiança e aumentar o risco de disseminação do vírus. Pessoas que se recuperaram podem passar a ignorar os conselhos sobre como tomar precauções contra o vírus, alertou a OMS.

 

"Atualmente não há evidências de que as pessoas que se recuperaram da covid-19 e tenham anticorpos estejam protegidas contra uma segunda infecção", afirmou o documento.

Daza esclareceu nesse domingo que os certificados que o Chile planejava emitir não atestam imunidade.

"É muito importante, e quero reiterar, que não falamos sobre um cartão de imunidade", disse ela.

O principal oficial de saúde do Chile, Jaime Manalich, afirmou, no início de abril, que aqueles que se recuperaram do coronavírus representavam uma população imune e incapaz de transmitir o vírus.

Ele disse que aqueles com o certificado de alta médica seriam "libertados de todos os tipos de quarentena ou restrição, especificamente porque podem ajudar enormemente suas comunidades, uma vez que não representam riscos".

Sobre essa contradição, Daza não respondeu.

O Chile confirmou 13.331 casos de coronavírus e 189 mortes desde o início do surto em março.

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