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Chefe de direitos humanos da ONU rejeita discurso de Trump

O diretor da ONU disse que a defesa de Trump de que países sigam seus próprios interesses levaria o mundo de volta a véspera da Primeira Guerra Mundial

Trump: "É o roteiro do século 20", disse Zeid Raad al-Hussein (Denis Balibouse/Reuters)

Trump: "É o roteiro do século 20", disse Zeid Raad al-Hussein (Denis Balibouse/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 21h21.

Davos- O chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) expressou alarme após um discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Davos nesta sexta-feira, e disse que a defesa de Trump de que países sigam seus próprios interesses levaria o mundo de volta a véspera da Primeira Guerra Mundial.

"É o roteiro do século 20", disse Zeid Raad al-Hussein. "Ele (Trump) instou todos os países a buscarem seus próprios interesses, quase sem referência ao fato de que se você fizer tudo isso, se cada país estiver estritamente seguindo sua própria agenda, irá confrontar com a agenda de outros e levará o mundo de volta a 1913 mais uma vez."

O príncipe Zeid, um ex-diplomata jordaniano e membro da deposta família real do Iraque, criticou repetidamente Trump no passado em seu cargo de Alto Comissário para Direitos Humanos da ONU, o maior porta-voz do órgão global sobre questões de direitos humanos.

A administração Trump, por sua vez, ameaçou sair do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que é independente do gabinete de Zeid, mas trabalha próximo a ele. Washington considera o órgão estruturalmente hostil ao seu aliado Israel.

Trump se tornou o primeiro presidente no cargo dos EUA em 18 anos a falar à cúpula anual da elite política e empresarial do mundo no resort de esqui suíço de Davos nesta sexta-feira. Em sua fala, ele cortejou investimento estrangeiro, dizendo que os Estados Unidos estavam "aberto a negócios", enquanto também prometeu tomar ações contra o que ele descreveu como acordos comerciais injustos.

Repetindo seu slogan "América Primeiro", Trump disse que esperaria que todos os líderes mundiais colocassem os interesses de seus próprios países em primeiro lugar.

O príncipe Zeid disse que tal política levaria "tudo a desmoronar em certo estágio, e as pessoas a sofrerem gravemente".

"Nacionalismos étnicos, nacionalismos chauvinistas, uma ideia de que há uma supremacia dentro de comunidades determinada com base em cor ou etnicidade, e de que outros são de algum modo pessoas menores, ou de que certos países são de alguma forma moralmente superiores a outros. Isso é o que parece sempre nos colocar em apuros".

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