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Chávez aposta em legislativas visando eleição presidencial

Partido do presidente deve ficar com 52% dos votos para o Congresso venezuelano, apontas as pesquisas

Hugo Chavez foi eleito presidente pela primeira vez em dezembro de 1998 (Arquivo)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, no poder desde 1999, aposta no triunfo de seu partido, o PSUV, nas parlamentares de domingo para consolidar sua "revolução bolivariana" visando às Presidenciais de 2012.

Chávez, de 56 anos e cuja figura carismática voltou a centrar a campanha, não se cansou de repetir que as forças "revolucionárias" devem triunfar, e "com folgas", para assim "manter a hegemonia" que ostentam na Assembleia Nacional (AN) desde 2005.

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A oposição venezuelana se retirou na última hora das legislativas daquele ano, alegando supostas irregularidades no processo, e só um alguns deputados, ex-aliados do "chavismo", atuam agora como opositores no Parlamento unicameral.

Esta nova campanha eleitoral, em um país onde aconteceram pelo menos 10 consultas nos últimos 11 anos, se desenvolveu em meio às disputas e polarização políticas que marcam a Venezuela desde que Chávez assumiu o poder.

As únicas variantes são, na ordem política, que os partidos minoritários Pátria Para Todos (PPT) e Podemos, que chegaram à Assembleia pelas mãos do "chavismo", passaram à oposição, enquanto no campo econômico e social, o país enfrenta uma dura crise e altos índices de violência que afetam a imagem do Governo.

Os analistas coincidem em que as forças governistas concentradas no Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e em seu aliado Partido Comunista da Venezuela (PCV) obterão a maioria parlamentar no pleito.

A dúvida é se conseguirão os dois terços das 165 cadeiras, exigidos pelo "comandante presidente", como Chávez é chamado por seus correligionários. Este número (110 deputados) é o necessário para controlar a Câmara.

O instituto de pesquisas GIS XXI, dirigido pelo ex-ministro "chavista" Jesse Chacón, coloca como cenário "mais provável" que o Governo obtenha 52,2% dos votos, e que isso se traduza, pela distribuição de cadeiras, exatamente em 110 deputados.

Esses dados coincidem com uma pesquisa do instituto privado Datanálisis, que dá ao PSUV 52% dos votos, contra 48% da oposição.

No entanto, na opinião do diretor do Datanálisis, Luis Vicente León, "qualquer coisa pode acontecer", porque os indecisos representam cerca de 37% do eleitorado.


Nos diversos comícios do PSUV em todo o país nas últimas semanas, Chávez sustentou a necessidade de "manter a hegemonia para garantir a continuidade da gloriosa revolução bolivariana".

"Trata-se de ganhar e depois aprofundar a revolução", foi seu lema ao longo da campanha governista, cujos atos foram transmitidos ao vivo pela televisão e rádio estatais.

Se o PSUV não conseguir manter a maioria parlamentar necessária, o processo de mudanças "começará a se desmoronar", disse o promotor do chamado "socialismo do século XXI".

Além disso, o presidente enfatizou que a "batalha eleitoral" legislativa é apenas uma "prévia" das presidenciais de 2012, para as qual já se apresentou como candidato a uma terceira reeleição consecutiva.

"O objetivo final é 2012, onde vamos ganhar de novo a Presidência da República Bolivariana da Venezuela", declarou Chávez na semana passada em um comício do PSUV no estado de Zulia, um dos poucos governados pela oposição.

Chávez foi eleito pela primeira vez em dezembro de 1998; ratificado em 2000, durante a adequação das autoridades na nova Constituição Bolivariana, e reeleito para um novo período de seis anos em 2006.

Nos últimos quatro anos, o presidente venezuelano buscou consolidar seu "projeto socialista", com nacionalizações em diversas áreas, em meio a constantes polêmicas com os setores privados, especialmente a imprensa, e leis adotadas por decreto ou mediante a aprovação incondicional da Câmara.

No âmbito internacional, prosseguiu com uma aproximação a Cuba, criticado por diversos setores nacionais, e a outros "países amigos" como os que formam a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), enquanto segue seu desencontro com os Estados Unidos.

A mensagem única da campanha governista é repetida por todos os candidatos do PSUV, que alertam sobre o perigo de um eventual triunfo opositor: "Estamos colocando em jogo a continuidade da revolução bolivariana", como disse à Efe o candidato "chavista" Robert Serra.

Frente a isso, os partidos opositores reunidos na chamada Mesa da Unidade Democrática têm como principal oferta constituir uma Assembleia "plural", para que cumpra com seu papel de "controlar" o Governo de Chávez, a quem acusam de "autoritário, ineficaz e corrupto".

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