As preocupações com o acordo aumentaram depois que o presidente russo, Vladimir Putin, disse em maio que estava "pensando" em desistir do arranjo (CNA/Wenderson Araujo/Trilux/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 3 de julho de 2023 às 16h17.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediram, nesta segunda-feira, 3, a extensão do acordo de exportação de grãos que facilita o acesso da Ucrânia ao mercado internacional e que expira em julho.
Em um telefonema, ambos os líderes pediram a extensão do acordo "para além de 17 de julho", disse o porta-voz do chanceler alemão, Steffen Hebestreit.
Em julho de 2022, Ucrânia, Rússia, Turquia e as Nações Unidas assinaram a "Iniciativa de Grãos do Mar Negro" para permitir as exportações de cereais da Ucrânia. Esse acordo crucial ajudou a aliviar a crise alimentar mundial provocada pela guerra resultante da invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022.
O pacto foi prorrogado várias vezes. A última delas ocorreu em maio, por dois meses, após intensas negociações, nas quais Moscou exigiu respeito a um segundo acordo assinado em paralelo com a ONU para facilitar suas próprias exportações de alimentos e fertilizantes.
O porta-voz do chanceler alemão acrescentou que o acordo patrocinado pela ONU "está ajudando a melhorar a situação alimentar global".
As preocupações com o acordo aumentaram depois que o presidente russo, Vladimir Putin, disse em maio que estava "pensando" em desistir do arranjo.
O enviado da Rússia à ONU em Genebra, Gennady Gatilov, disse, nesta segunda-feira, que "o que estamos vendo no momento é que não há razões para manter o 'status quo' do acordo".
As capitais ocidentais estão bloqueando o processo para reconectar o Banco Agrícola Russo ao sistema bancário SWIFT, acrescentou Gatilov ao jornal estatal Izvestia.
Depois da invasão da Ucrânia, os portos ucranianos no Mar Negro ficaram bloqueados até que se chegasse a esse acordo, assinado em julho de 2022.
A Ucrânia é um dos maiores exportadores de grãos. Em torno de 32,4 milhões de toneladas foram exportadas desde o acordo, segundo a ONU. Pouco mais da metade das exportações foram de milho, e mais de 25%, de trigo.