Mundo

Cessar-fogo na Ucrânia é violado em cidade cercada

Armas se silenciaram de forma abrupta à meia-noite de domingo na maior parte do leste da Ucrânia


	Poroshenko enfatizou que a retirada de equipamento militar e armamento pesado requer um “cessar-fogo total e incondicional”
 (Sergei Gapon/AFP)

Poroshenko enfatizou que a retirada de equipamento militar e armamento pesado requer um “cessar-fogo total e incondicional” (Sergei Gapon/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2015 às 08h00.

Donetsk/Artemivski - Os rebeldes na Ucrânia ignoravam no último domingo a trégua que passara a vigorar horas antes, dizendo que não valia para a cidade onde a maioria dos combates tem ocorrido na últimas semanas.

As armas se silenciaram de forma abrupta à meia-noite de domingo na maior parte do leste da Ucrânia, de acordo com o cessar-fogo negociado durante uma semana de negociações lideradas pela França e a Alemanha.

Contudo, rebeldes pró-Rússia anunciaram que não iriam fazer trégua em Debaltseve, onde os militares ucranianos estão cercados e, segundo Kiev, os ataques rebeldes aumentaram a partir da tarde deste domingo.

"Claro que podemos abrir fogo (em Debaltseve). É nosso território”, disse Eduardo Basurin, comandante rebelde, à Reuters. “O território é interno: nosso. E interno é interno. Mas na linha da confrontação não há tiros.”

Um comunicado militar de Kiev, na noite deste domingo, informa que o “inimigo” estava realizando ataques com vários tipos de armas, incluindo foguetes, e tinha um plano de tentar tomar Debaltseve do oeste.

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse numa conversa telefônica com os líderes da Alemanha, da França e com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que a posição de todos nas negociações de paz na semana passada havia sido por um cessar-fogo em todas as frentes, incluindo Debaltseve.

Poroshenko enfatizou que a retirada de equipamento militar e armamento pesado requer um “cessar-fogo total e incondicional”, segundo a sua assessoria de imprensa.

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, responsável por monitorar a trégua, disse que os rebeldes negaram o acesso dos observadores a Debaltseve.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse na quinta-feira que o acordo para o cessar-fogo deveria ser implementado de forma incondicional, mas não fez menção sobre Debaltseve, se Moscou acreditava que a trégua valia para o local.

O acordo negociado na semana passada prevê a criação de uma zona intermediária entre os dois lados e a retirada de armamento pesado. Mais de 5.000 pessoas já morreram no conflito, que causa a pior crise entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.

(Reportagem adicional de Alessandra Prentice, Serhiy Karazy e Pavel Polityuk) 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaGuerrasNegociaçõesRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Exército sudanês recupera cidade-chave controlada por paramilitares

Extrema direita alemã expõe seus planos radicais às vésperas das eleições

Procurador responsável por investigações contra Trump renuncia

México vai enviar reforços aos EUA para combate incêndios em Los Angeles