Guerra em Gaza começou em outubro de 2023 após um ataque do Hamas contra Israel (AFP)
Redação Exame
Publicado em 11 de março de 2024 às 07h55.
As esperanças internacionais de se chegar a um cessar-fogo na Faixa de Gaza antes do mês sagrado muçulmano do Ramadã foram frustradas no domingo, quando o Hamas repetiu as exigências de um cessar-fogo abrangente, que Israel rejeitou.
Segundo informações do The New York Times, Egito, Catar e Estados Unidos tentaram intermediar uma trégua entre Israel e o Hamas antes do início do Ramadã, na segunda-feira, e houve otimismo em relação a um acordo de última hora que permitiria a libertação de alguns reféns israelenses mantidos em Gaza e de palestinos mantidos em prisões israelenses.
Entretanto, semanas de negociações indiretas foram paralisadas, e um dos principais líderes políticos do Hamas, Ismail Haniyeh, disse em um discurso televisionado no domingo que o grupo queria um acordo que acabasse com a guerra, garantisse a retirada das forças israelenses de Gaza, devolvesse os palestinos deslocados às suas casas e atendesse às necessidades humanitárias dos habitantes de Gaza. Israel "quer recuperar seus prisioneiros e depois retomar a guerra contra nosso povo", disse Haniyeh.
Ele falou que se os mediadores informassem que Israel estava comprometido com o fim da guerra, o grupo islâmico estaria pronto para discutir a questão da troca de prisioneiros palestinos por reféns.
Alguns palestinos em Gaza criticaram o Hamas, argumentando que o grupo estava mantendo as negociações para pressionar Israel a libertar mais prisioneiros palestinos.
Em uma entrevista ao site Politico publicada no domingo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sugeriu que um cessar-fogo não era iminente, dizendo que ele "gostaria de ver outra libertação de reféns", mas que não houve um avanço nas negociações.