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Furacão Dorian causa uma morte em Bahamas e 1 milhão são evacuados

O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos classificou o fenômeno como o segundo mais forte registrado na bacia do Atlântico

Bahamas: não há informações sobre vítimas no arquipélago formado por 700 ilhas (Mark Hall/Christopher Hall/Reuters)

Bahamas: não há informações sobre vítimas no arquipélago formado por 700 ilhas (Mark Hall/Christopher Hall/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de setembro de 2019 às 08h26.

Última atualização em 2 de setembro de 2019 às 16h19.

São Paulo — O furacão Dorian atingiu o norte das Bahamas neste domingo (2), com chuvas torrenciais e ventos de quase 300 km/h, deixando um rastro de destruição enquanto segue uma trajetória incerta para a costa leste dos Estados Unidos, onde centenas de milhares de pessoas receberam ordem para abandonar suas casas.

De acordo com a emissora "Eyewitness News" e o portal "Bahamas Press", Lachino McIntosh, um menino de sete anos, morreu afogado devido ao forte aumento do nível do mar nas Ilhas Ábaco pela passagem do furacão. Além disso, a irmã do garoto está desaparecida. A avó, Ingrid McIntosh, disse a "Eyewitness News" que recebeu a informação pela filha, mãe de Lachino, que achou o corpo do menino.

A segunda tempestade mais forte já registrada no Atlântico estava prevista para atingir o arquipélago ao longo do dia, e depois seguir para a Costa Leste dos Estados Unidos, onde as autoridades ordenaram a retirada de mais de 1 milhão de pessoas na Flórida, Carolina do Sul e Geórgia.

O furacão de categoria 5, com ventos sustentados de 295 km/h e classificado como "catastrófico" pelo americano Centro Nacional de Furacões (NHC), tocou a terra ao meio-dia de domingo (horário local) na ilha Elbow, que faz parte das Ilhas Ábaco, no noroeste das Bahamas.

O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos classificou o fenômeno como o segundo mais forte registrado na bacia do Atlântico.

"Estamos enfrentando um furacão (...) como nunca vimos antes na história das Bahamas", disse Hubert Minnis, primeiro-ministro do arquipélago, que começou a chorar durante a entrevista coletiva. "Provavelmente, é o dia mais triste da minha vida", acrescentou.

O NHC, com sede em Miami, informou que ao tocar a terra o Dorian igualou o recorde de furacão mais potente do Atlântico, datado de 1935. Seu diretor, Jen Graham, garantiu que se trata de "uma situação extremamente perigosa".

"As pessoas ainda estão traumatizadas pelo furacão Matthew (de 2016), mas este é ainda pior", disse à AFP Yasmin Rigby, moradora de Freeport, principal cidade da Grande Bahama.

Moradores publicaram na internet imagens da água subindo pelos lados de suas casas, e o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos alertou para uma possível elevação da maré que poderia criar ondas destruidoras mais altas do que muitos edifícios nas ilhas.

Grande destruição

Imagens publicadas nas redes sociais mostram um enorme rastro de destruição. Até agora não foi divulgado um balanço de eventuais vítimas.

Há relatos de inundações nas Ilhas Ábaco e meteorologistas do NHC alertaram para ondas de cinco a sete metros de altura e rajadas de vento de mais de 350 km/h.

Um vídeo publicado no site do jornal Tribune 242 mostra a água na altura dos telhados de casas de madeira, com barcos quebrados flutuando em uma água terrosa, cheia de tábuas, galhos e troncos de árvores, além de outros escombros.

Imagens feitas no Cooper's Town, nas Ilhas Ábaco, e obtidas pela AFP mostram ondas enormes quebrando com violência.

A rádio local informou que o vento arrancou o telhado do Island Breezes Hotel em Marsh Harbour, uma zona comercial de Ábaco.

O NHC informou em seu boletim de 2H00 GMT (23H00 de Brasília, domingo) que a situação na ilha representa uma ameaça para vida.

Dorian estava 95 km ao leste de Freeport, a principal cidade da Grande Bahama, e se deslocava lentamente para o oeste.

"Não abandonem os abrigos, pois os ventos aumentarão rapidamente", advertiu o NHC.

Na Grande Bahama, milhares de pessoas foram evacuadas para se afastar da rota do furacão, que deve chegar na ilha entre a noite de domingo e a madrugada de segunda.

Difícil de prever

Após vários dias de incerteza sobre a trajetória de Dorian, os estados do sudeste dos Estados Unidos — Flórida, Geórgia e Carolina do Sul — finalmente ordenaram a saída dos moradores da costa, um grande êxodo que afeta centenas de milhares de pessoas.

O NHC afirmou que a tempestade passará "perigosamente perto" da costa da Flórida na segunda-feira à noite e na madrugada de terça-feira.

Em Washington, o presidente Donald Trump se reuniu com os diretores de gestão de emergências e disse que "isto parece monstruoso".

"Esperamos que boa parte da costa leste receba o impacto ou parte do impacto de forma muito, muito severa", disse o mandatário, que cancelou a viagem à Polônia no fim de semana para monitorar a situação.

A Flórida emitiu suas primeiras ordens de evacuação obrigatória para Palm Beach e para o condado de Martin.

O governador da Carolina do Sul, Henry McMaster ordenou a evacuação obrigatória da costa, o que afetará 800.000 pessoas. A Geórgia adotou a mesma medida para seis condados.

Os três estados declararam estado de emergência, assim como a Carolina do Norte. A medida permite uma mobilização maior dos serviços públicos estaduais e recorrer, em caso de necessidade, à ajuda federal.

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