Catalunha vai às urnas, e tudo pode acontecer
ÀS SETE - Além de um líder, que vai substituir o separatista deposto Carles Puigdemont, também serão escolhidos novos parlamentares regionais
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 07h30.
Última atualização em 21 de dezembro de 2017 às 07h33.
Depois de um semestre confuso e intenso, após uma tentativa de declaração de independência unilateral, a Catalunha vai às urnas nesta quinta-feira para escolher o novo governante da região.
Além de um líder, que vai substituir o separatista deposto Carles Puigdemont, também serão escolhidos novos parlamentares, numa eleição que vai apontar qual o tamanho do afã catalão pela independência.
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Toda confusão começou no dia 1º de outubro, quando 2,3 milhões de pessoas participaram de um referendo e 90% dos votantes disseram ser a favor de que a Catalunha se declarasse independente unilateralmente. O número de participantes compreendeu 42% dos eleitores catalães.
Porém, não há previsão legal para que regiões autônomas decidam pela própria independência, e a votação foi considerada ilegal, além de ter sido severamente reprimida pela polícia, deixando mais de 800 feridos.
O líder da região, Puigdemont, insistiu que o povo tinha conquistado o direito de se declarar um país independente e, ao negar os pedidos para voltar atrás em sua postura, foi deposto pelo governo espanhol, que acionou o artigo 155 da Constituição para retomar o poder de um braço rebelde do Estado. Novas eleições foram convocadas.
Agora, sete partidos disputam as 135 cadeiras do Parlamento, e, apesar de eles terem divergências sobre como a região deve seguir a partir de agora, já se considera que os que têm tendências pró-independência perderão força.
Nas eleições de 2015, eles conquistaram 53% das cadeiras. Agora, de acordo com um levantamento de véspera realizado pelo jornal Financial Times, espera-se que essa parcela fique em 47%.
Apesar da queda e da perda da maioria, o número de apoiadores ainda é maior do que os que concordam com os unionistas, que devem ficar com 44% dos votos, enquanto que os partidos sem posicionamento sobre a questão devem ficar com 8%.
O partido que aparece com mais força na pesquisa é a Esquerda Republicana Catalã (ERC), encabeçada pelo ex-vice-líder da região Oriol Junqueras, que está preso. Logo atrás, vem o Juntos pela Catalunha (JxCat) de Carles Puigdemont, que está exilado em Bruxelas.
Os catalães irão às urnas com Puigdemont na cabeça. Ou votarão pela independência por repúdio à truculenta resposta do governo espanhol, ou optarão por ficar onde estão levando em conta as trabalhadas do ex-presidente. É um tema que pesa mais do que as divisões entre direita e esquerda.
Pelo menos um milhão de catalães estão indecisos sobre que rumo seguir. São eles que devem definir o pleito, para um lado, ou para outro.