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Casais gays participam de casamento coletivo em Miami

Ao todo, 40 casais gays disseram "sim" em um casamento coletivo realizado as margens da Baía de Miami

Casamento gay: casais expressaram satisfação por agora conseguirem ter "qualidade" e "estabilidade" (Denis Charlet/AFP)
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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2015 às 21h41.

Miami - Ao todo, 40 casais gays disseram "sim" em um casamento coletivo realizado as margens da Baía de Miami, em um ato para celebrar a legalização dos casamentos homossexuais na Flórida ocorrida nesta semana.

"Hoje, estamos celebrando o amor, porque a Flórida está aceitando o casamento de pessoas do mesmo sexo. Fomos um pouquinho lentos, mas finalmente podemos comemorar", afirmou à Agência Efe Elizabeth Longo, ministra da organização espiritual Unity on The Bay, de Miami, que coordenou o casamento coletivo gratuito de hoje.

Os casais que participaram da cerimônia expressaram satisfação por agora conseguirem ter "qualidade" e "estabilidade", já que os organismos estaduais da Flórida outorgam legalidade as suas uniões.

Juan de Hierro e Thomas Gantt Jr. eram um dos casais que entraram com processo civil coletivo em março do ano passado em uma corte federal da Flórida, foram auxiliados pela União Americana de Liberdades Civis da Flórida (ACLU).

"Não pensávamos que seria tão emocionante" disse Hierro à Agência Efe, em alusão ao resultado da batalha contra a lei estadual, respaldada pelos eleitores em 2008, que proibia os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

A proibição foi abolida quando o juiz federal Robert Hinkle anulou em agosto do ano passado a lei na Flórida por inconstitucionalidade e declarou depois que todos os auxiliares judiciais estavam obrigados pela Constituição a emitir licenças matrimoniais a todos os casais homossexuais que o solicitassem a partir da meia-noite de terça-feira passada.

Para Gustavo Olivieri e Joel Pérez, juntos há 18 anos, essa é a oportunidade de ter os mesmos benefícios que um casal heterossexual.

"Era tão estranho que uma cidade tão aberta aos homossexuais como é Miami não tivesse esses direitos. Bom, conseguimos!", comemorou Pérez, que disse conseguir sair "da bolha" em que viviam após obter a licença de casamento.

Desde a meia-noite de 6 de janeiro, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma realidade na Flórida, o 36º estado do país a legalizar este tipo de união.

A incorporação da Flórida, com 19,9 milhões de habitantes, à lista de estados que permitem as uniões entre casais homossexuais significa, em termos de população, que 70% desta reside em áreas do país onde o casamento gay é aceito.

São Paulo – Enquanto alguns países preveem prisão e pena de morte para homossexuais, outros autorizam o casamento gay e têm leis que proíbem a discriminação baseada na orientação sexual. Utilizando dados da Ilga (International lesbian, gay, bissexual, trans and intersex association) e do Departamento de Estado dos Estados Unidos é possível encontrar alguns países que oferecem mais direitos aos homossexuais – e menor quantidade de relatos de violência.  Islândia e África do Sul, apesar de autorizarem o casamento gay e possuírem leis que criminalizam a discriminação, como muitos países dessa lista, ficaram de fora em decorrência de alguns casos de discriminação reportados no relatório do Departamento de Estado dos EUA. Clique nas fotos ao lado e veja os direitos em alguns países.
  • 2. Bélgica

    2 /12(Getty Images)

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    A lei proíbe a discriminação baseada em raça, gênero, incapacidade, língua ou classe social e identifica 18 áreas possíveis de discriminação sujeitas a penalidades, entre elas, orientação sexual, de acordo com levantamento do Departamento de Estado dos EUA. A Bélgica é o quinto país da Europa que mais respeita os direitos humanos dos homossexuais, segundo levantamento da Ilga Europa. O país permite o casamento gay e a adoção conjunta e tem leis contra a discriminação de homossexuais, segundo a Ilga.  No país, já foram feitas campanhas para encorajar vítimas de violência e discriminação a prestarem queixa – tendo em vista que em 2010 apenas quatro reclamações foram encaminhadas à promotoria, segundo um levantamento sobre direitos humanos realizado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Acredita-se que as vítimas sentem vergonha ou pensam que a reclamação não terá resultados.
  • 3. Canadá

    3 /12(Getty Images)

  • No país, a lei proíbe a discriminação baseada na orientação sexual e o código criminal prevê penalidades para crimes motivados por preconceito ou ódio baseado em características pessoais, incluindo orientação sexual e o casamento gay é permitido, segundo levantamento da Ilga. Organizações homossexuais funcionam independentemente e sem restrições.
  • 4. Espanha

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    A comunidade LGBT é largamente aceita no país – há muitas organizações e não há relatos de tentativas de impedir que elas operem, segundo levantamento sobre direitos humanos realizado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.  A lei local proíbe a discriminação baseada em raça, gênero, incapacidade ou posição social. E o governo geralmente a faz cumprir. O país permite o casamento gay e a adoção conjunta, segundo levantamento feito pela Ilga Europa, que aponta a Espanha como o segundo país do continente entre os que mais respeitam os direitos humanos dos homossexuais.
  • 5. Países Baixos

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    A Constituição proíbe a discriminação com base na orientação sexual e não há impedimentos legais para a organização de eventos gay, segundo levantamento do Departamento de Estados dos EUA. Em 2011, o país registrou um acréscimo nas denúncias de ofensas e acredita que parte disso deve-se a uma campanha governamental que convocava as vítimas a relatarem incidentes. Os países baixos estão entre os dez países que mais respeitam os direitos humanos dos gays, de acordo com a Ilga Europa. O casamento e a adoção conjunta são permitidos.
  • 6. Noruega

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    O casamento e a adoção conjunta são permitidos e o país está entre os dez países que mais respeitam os direitos humanos dos gays, de acordo com a Ilga Europa. Também há leis contra a discriminação com base na orientação sexual.  Não há impedimentos para a existência de organizações LGBT e a polícia não perpetua, tampouco perdoa, a violência contra homossexuais, de acordo com o levantamento do Departamento de Estado dos EUA.  Em dezembro, uma campanha local incentivou o registro de violência contra homossexuais. Uma associação local recebeu 20 relatos de incidentes em um mês, comparado a 36 crimes contra homossexuais registrados durante todo o ano de 2009.
  • 7. Portugal

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    A Constituição do país proíbe a discriminação baseada em raça, gênero, incapacidade, idioma e status social – e o governo reforça essas proibições, segundo o levantamento. O casamento gay é permitido e o país está entre os dez que mais respeitam os direitos humanos dos gays, de acordo com a Ilga Europa. Há leis que proíbem a discriminação com base na orientação sexual.  Em Portugal, em 2011, não foi registrado nenhum relato de discriminação baseada na orientação sexual no ambiente de trabalho, moradia ou acesso a educação ou saúde, de acordo com um levantamento sobre direitos humanos realizado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.
  • 8. Reino Unido

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    Na Europa, o Reino Unido é o primeiro colocado entre os países que mais respeitam os direitos humanos dos homossexuais, de acordo com um levantamento realizado pela Ilga Europa, que leva em consideração 42 critérios.  A Comissão de direitos humanos na Inglaterra, País de Gales e Escócia combate a discriminação baseada em raça, sexo, religião, idade e orientação sexual. O casamento gay não é permitido, apenas a união civil, segundo levantamento da Ilga Europa.  A lei encoraja juízes a dar uma sentença mais pesada em casos de agressão em que a orientação sexual da vítima tenha motivado a hostilidade. A polícia treina oficiais para identificarem esses ataques, segundo um levantamento sobre direitos humanos realizado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos com dados de 2011.
  • 9. Suécia

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    A Suécia é considerada o quarto país na Europa que mais respeita os direitos humanos dos gays, segundo levantamento da Ilga Europa. O casamento gay e a adoção conjunta são permitidos. A legislação do país também proíbe a discriminação baseada em raça, gênero, idade, incapacidade, orientação sexual, entre outros – mas nem sempre o governo faz essas proibições serem cumpridas, segundo levantamento sobre direitos humanos realizado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Em 2010 foram reportados 801 crimes baseados na orientação sexual ou no gênero.
  • 10. Alemanha

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    Na lista da Ilga Europa, a Alemanha aparece como o segundo país que mais respeita os direitos humanos dos homossexuais. A legislação do país proíbe a discriminação com base na orientação sexual. Organizações homossexuais não relatam dificuldades em suas operações no país, segundo relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Em 2010, o governo relatou 164 crimes motivados por uma inclinação anti homossexuais. Desses, 45 foram violentos. Em um julgamento, a corte de justiça determinou que casais do mesmo sexo deveriam estar aptos a ter os mesmos benefícios de aposentadoria que casais heterossexuais.
  • 11. Hungria

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    Na Hungria, há leis que punem a discriminação de homossexuais. O país está entre os dez que mais respeitam os direitos humanos dos homossexuais, de acordo com levantamento da Ilga Europa.  No entanto, o Departamento de Estado dos Estados Unidos alerta que, apesar de o Código Penal recomendar uma punição maior para violência contra homossexuais, mesmo sem explicitar isso, ainda há violência contra os grupos no país. O levantamento afirma que a parada gay anual acaba sendo um centro de ataques. A marcha de 2011 ocorreu sem nenhum incidente do tipo.
  • 12. Veja agora onde a legislação prevê prisão e pena de morte para homossexuais:

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