Capital dos EUA se divide entre pobreza e riqueza
Washington D.C. tem média de 113 mil sem tetos para cada 100 mil habitantes, superando a média nacional que é de 20 mil
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2013 às 17h36.
Washington - Na Franklin Square, perto dos hotéis onde Barack Obama participa de jantares de gala com doadores com US$ 5 mil o ingresso, dezenas de sem-teto improvisam um lar, se evidencia diariamente a pobreza em Washington , capital da maior potência mundial.
O Distrito de Columbia reúne o maior índice de sem-tetos de todo o país, em comparação com a média dos estados do país. Além disso, é uma das metrópoles que lideram o ranking de cidades com maior concentração de pobreza.
De acordo com o estudo State of Homelessness in America (Estado da Pobreza na América, em tradução livre), Washington D.C. tem média de 113 mil sem tetos para cada 100 mil habitantes, superando a média nacional que é de 20 mil.
'Sempre se tentou ver essa cidade como modelo para todo o país, mas a realidade é que há outras prioridades, que não se preocupar dos sem-tetos', afirmou à Agência Efe, Michel Stoops, diretor da organização National Coalition for the Homeless (NCH).
A comunidade dos sem-tetos em Washington é engrossada pela minoria negra, pessoas com problemas mentais, portadores de necessidades especiais, veteranos de guerra, grupos que se beneficiaram nos últimos anos de algumas políticas especiais.
Enquanto Obama foca seu discurso econômico na classe média, e os republicanos pedem cortes em despesa social, centenas de pobres perambulam por Washington pedindo algo em portas de lojas, ou fazem fila para ganhar almoço doado pela NCH ou Exército de Salvação.
'Apesar de receberam salário mínimo, muitas pessoas vivem na rua porque não conseguem ter uma casa decente. Já os portadores de deficiência recebem um cheque de que ronda os US$ 500 por mês, que não é suficiente', explica Stoops.
Segundo o especialista, que passou 25 anos trabalhando em programas sociais na cidade, a reforma da saúde de Obama será uma grande ajuda para os sem-tetos. Stoops lembra que em 2014 o país garantirá auxílio obrigatório para deficientes. Outro ponto é a proposta do presidente de aumentar o salário mínimo em US$ 9 a hora.
'Apesar de tudo, isso não é suficiente, distribuir sanduíches na rua também não. No inverno não há cama o bastante nos albergues e há gente que morre de hipotermia', lembra Stoops.
Cerca de 600 crianças moram em refúgios sociais para pessoas sem família, centros que agora, no verão, reduzem a população nos parques, onde os sem-teto encontram mais liberdade.
Apesar disso, segundo dados do Censo, sete dos 10 condados mais ricos dos Estados Unidos fazem parte da zona metropolitana de Washington. Isso faz com que a rede de metrô, por exemplo, seja uma galeria de desigualdade, principalmente nas linhas em direção ao sul.
Washington D.C. também é o destino de muitos universitários que estudam nas escolas mais importantes do mundo ou buscam trabalho bem remunerado no Governo ou no setor privado.
Assim, a capital dos Estados Unidos vive em uma história de duas cidades, uma com os melhores salários dos EUA, com os metros quadrados mais caros do país, e outra representada pela pobreza esquecida nos parques. EFE
Washington - Na Franklin Square, perto dos hotéis onde Barack Obama participa de jantares de gala com doadores com US$ 5 mil o ingresso, dezenas de sem-teto improvisam um lar, se evidencia diariamente a pobreza em Washington , capital da maior potência mundial.
O Distrito de Columbia reúne o maior índice de sem-tetos de todo o país, em comparação com a média dos estados do país. Além disso, é uma das metrópoles que lideram o ranking de cidades com maior concentração de pobreza.
De acordo com o estudo State of Homelessness in America (Estado da Pobreza na América, em tradução livre), Washington D.C. tem média de 113 mil sem tetos para cada 100 mil habitantes, superando a média nacional que é de 20 mil.
'Sempre se tentou ver essa cidade como modelo para todo o país, mas a realidade é que há outras prioridades, que não se preocupar dos sem-tetos', afirmou à Agência Efe, Michel Stoops, diretor da organização National Coalition for the Homeless (NCH).
A comunidade dos sem-tetos em Washington é engrossada pela minoria negra, pessoas com problemas mentais, portadores de necessidades especiais, veteranos de guerra, grupos que se beneficiaram nos últimos anos de algumas políticas especiais.
Enquanto Obama foca seu discurso econômico na classe média, e os republicanos pedem cortes em despesa social, centenas de pobres perambulam por Washington pedindo algo em portas de lojas, ou fazem fila para ganhar almoço doado pela NCH ou Exército de Salvação.
'Apesar de receberam salário mínimo, muitas pessoas vivem na rua porque não conseguem ter uma casa decente. Já os portadores de deficiência recebem um cheque de que ronda os US$ 500 por mês, que não é suficiente', explica Stoops.
Segundo o especialista, que passou 25 anos trabalhando em programas sociais na cidade, a reforma da saúde de Obama será uma grande ajuda para os sem-tetos. Stoops lembra que em 2014 o país garantirá auxílio obrigatório para deficientes. Outro ponto é a proposta do presidente de aumentar o salário mínimo em US$ 9 a hora.
'Apesar de tudo, isso não é suficiente, distribuir sanduíches na rua também não. No inverno não há cama o bastante nos albergues e há gente que morre de hipotermia', lembra Stoops.
Cerca de 600 crianças moram em refúgios sociais para pessoas sem família, centros que agora, no verão, reduzem a população nos parques, onde os sem-teto encontram mais liberdade.
Apesar disso, segundo dados do Censo, sete dos 10 condados mais ricos dos Estados Unidos fazem parte da zona metropolitana de Washington. Isso faz com que a rede de metrô, por exemplo, seja uma galeria de desigualdade, principalmente nas linhas em direção ao sul.
Washington D.C. também é o destino de muitos universitários que estudam nas escolas mais importantes do mundo ou buscam trabalho bem remunerado no Governo ou no setor privado.
Assim, a capital dos Estados Unidos vive em uma história de duas cidades, uma com os melhores salários dos EUA, com os metros quadrados mais caros do país, e outra representada pela pobreza esquecida nos parques. EFE