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Capital da Colômbia volta ao normal após o toque de recolher

Mais de 250 mil pessoas participaram dos protestos contra o governo de Iván Duque na quinta-feira

Colômbia: manifestantes criticam políticas econômicas e sociais do governo. (Luisa Gonzalez/Reuters)
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AFP

Publicado em 23 de novembro de 2019 às 15h45.

Embora suja e com menos fluxo de pessoas e carros do que o habitual, a capital colombiana Bogotá voltou ao normal neste sábado (23), após o toque de recolher decretado por uma onda de violência que se seguiu a um protesto contra o governo de Iván Duque.

O barulho dos veículos começou a tomar conta das ruas após o fim do toque de recolher às 06h (08h de Brasília) para a capital colombiana, onde vivem mais de sete milhões de pessoas que estavam em casa desde as 21h (23h) da noite anterior, por ordem do prefeito Enrique Peñalosa.

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Em algumas ruas ainda era possível ver muito lixo espalhado, cinzas onde havia fogueiras e estilhaços de vidro das estações ou ônibus do sistema de transporte coletivo que gradualmente começa a retomar a normalidade após a interrupção do serviço na véspera por conta de ataques de manifestantes mais exaltados, chamados de "vândalos" pelas autoridades.

A maior parte dos atos de "vandalismo", registrada nas áreas mais populares do sul da cidade, acabou por volta da meia-noite de sexta, num horário em que cerca de 90% dos moradores cumpriam o toque de recolher, informou o ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo.

Panelaço, greve geral e protestos contra Ivan Duque na Colômbia (Luisa Gonzalez/Reuters)

Centenas de pessoas, que não foram para casa conforme a determinação do governo, fizeram um protesto em frente à residência particular de Duque.

Cerca de 13.000 policiais e militares patrulham a capital.

Algumas universidades abriram suas salas de aula para os alunos passarem a noite por conta da impossibilidade de obter transporte. O comércio fechou no início da tarde e foi difícil adquirir alimentos.

Sem rosto claro

As autoridades afirmam que não há como saber que são os autores dos saques e depredações registradas na noite de sexta.

Peñalosa, que ainda não apresentou um balanço sobre os protestos, não fez nenhuma relação entre os atos de vandalismo os manifestantes que foram às ruas na quinta-feira, numa manifestação que atraiu amplos setores com várias reivindicações contra o governo de direita de Duque, que está ha pouco mais de quinze meses no poder.

Alguns cidadãos relataram tentativas de roubo em suas casas lideradas por homens encapuzados, que segundo as autoridades causaram "uma onda de pânico" que se espalhou com a divulgação de notícias falsas.

Devido à situação da ordem pública, as autoridades adiaram para domingo a partida pelas semifinais do futebol colombiano entre o Independiente Santa Fe e o Deportivo Cali, marcada para este sábado.

Além disso, o jogo de exibição entre os tenistas Roger Federer (suíço) e Alexander Zverev (alemão) que estava prevista para a sexta-feira foi cancelado.

Com popularidade em franca queda, Duque convocou um"diálogo nacional" em resposta às mobilizações contra seu governo.

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