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Caos no partido de Berlusconi pode salvar governo italiano

Vários representantes do partido do magnata das comunicações estão refletindo se cabe retirar apoio ao governo de coalizão de Letta

Silvio Berlusconi: Berlusconi foi condenado no dia 1º de agosto de forma definitiva a uma pena de prisão de quatro anos (reduzida a um) por fraude fiscal (AFP)
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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 17h27.

Roma - O caos e as divisões no partido de direita de Silvio Berlusconi após a demissão de seus cinco ministros pode favorecer o primeiro-ministro social-democrata Enrico Letta, que decidiu pedir o voto de confiança do Parlamento na quarta-feira para seguir governando.

Vários representantes do partido do magnata das comunicações estão refletindo se cabe retirar o apoio ao governo de coalizão de Letta, formado apenas há cinco meses, ou se optam por evitar a paralisia política e novas eleições.

A agência de classificação financeira Fitch advertiu que "a eventual queda do governo italiano colocará em perigo os objetivos da política fiscal a curto e médio prazo", ou seja, um déficit dentro dos 3% do PIB, e a "incerteza" pode refletir negativamente na classificação da península.

"Queremos um governo estável na Itália e partimos do princípio que as forças que trabalham para estabilizar a situação vão encontrar uma solução", declarou Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel.

"Não acredito que governar a qualquer custo, para permanecer por mais três dias e voltar a começar com o 'anda e para'", advertiu Letta, que apresentará no Parlamento um programa econômico e social para dar estabilidade à Itália.

A decisão do Cavaliere de pedir para que os ministros do seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), renunciassem irritou muitos de seus partidários, que não querem uma crise governamental e eleições antecipadas enquanto o país se esforça para sair da recessão.


"Na Itália, existe um partido que realiza primárias para escolher entre água sem gás ou água com gás", o Movimento Cinco Estrelas (M5S) de Beppe Grillo, "e outro em que cinco de seus membros se reúnem para o almoço e decidem derrubar o governo", lamentou o ministro Gaetano Quagliarello, membro do partido de Berlusconi e um dos principais críticos de sua atitude.

Todos os outros ministros do PDL expressaram consternação, incluindo Angelino Alfano, vice-primeiro-ministro e secretário do PDL, que disse considerar tornar-se "um Berlusconi ao contrário".

"A pergunta é: até quando resistirá a obediência cega e absoluta ao Chefe? O mundo de Berlusconi nunca esteve tão em desacordo com Berlusconi" em si, escreveu o La Stampa.

"Muitos parlamentares do PDL percebem em suas respectivas cidades a contradição dos seus eleitores em relação a queda do governo de Enrico Letta. Eleitores que não entendem o gesto de Cavaliere. Ou melhor, eleitores que entendem como uma reação a seus problemas legais", acrescentou o jornal.

Berlusconi foi condenado no dia 1º de agosto de forma definitiva a uma pena de prisão de quatro anos (reduzida a um) por fraude fiscal.

O magnata das comunicações, de 77 anos, que governou a Itália durante 12 dos últimos 19 anos, escolheu cumprir sua condenação em sua casa de Roma, ao invés de realizar trabalhos de interesse geral.

Dessa forma, o Cavaliere corre o risco de ser destituído de seu cargo como senador e ser privado de imunidade parlamentar, tendo que enfrentar mais um julgamento por prostituição de menor e abuso de poder.

Para solucionar a questão, o chefe de Governo Enrico Letta pedirá um voto de confiança no Senado, onde não dispõe teoricamente de uma maioria.

A esperança é atrair parlamentares do PDL cansados das birras do Cavaliere e formar uma nova maioria com os centristas de Mario Monti e, talvez, com alguns desertores do Movimento Cinco Estrelas - que já não dependem do apoio Berlusconi.

Uma reunião de parlamentares do PDL é esperada para o final do dia e deve ajudar a esclarecer as posições.

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Roma - O caos e as divisões no partido de direita de Silvio Berlusconi após a demissão de seus cinco ministros pode favorecer o primeiro-ministro social-democrata Enrico Letta, que decidiu pedir o voto de confiança do Parlamento na quarta-feira para seguir governando.

Vários representantes do partido do magnata das comunicações estão refletindo se cabe retirar o apoio ao governo de coalizão de Letta, formado apenas há cinco meses, ou se optam por evitar a paralisia política e novas eleições.

A agência de classificação financeira Fitch advertiu que "a eventual queda do governo italiano colocará em perigo os objetivos da política fiscal a curto e médio prazo", ou seja, um déficit dentro dos 3% do PIB, e a "incerteza" pode refletir negativamente na classificação da península.

"Queremos um governo estável na Itália e partimos do princípio que as forças que trabalham para estabilizar a situação vão encontrar uma solução", declarou Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel.

"Não acredito que governar a qualquer custo, para permanecer por mais três dias e voltar a começar com o 'anda e para'", advertiu Letta, que apresentará no Parlamento um programa econômico e social para dar estabilidade à Itália.

A decisão do Cavaliere de pedir para que os ministros do seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), renunciassem irritou muitos de seus partidários, que não querem uma crise governamental e eleições antecipadas enquanto o país se esforça para sair da recessão.


"Na Itália, existe um partido que realiza primárias para escolher entre água sem gás ou água com gás", o Movimento Cinco Estrelas (M5S) de Beppe Grillo, "e outro em que cinco de seus membros se reúnem para o almoço e decidem derrubar o governo", lamentou o ministro Gaetano Quagliarello, membro do partido de Berlusconi e um dos principais críticos de sua atitude.

Todos os outros ministros do PDL expressaram consternação, incluindo Angelino Alfano, vice-primeiro-ministro e secretário do PDL, que disse considerar tornar-se "um Berlusconi ao contrário".

"A pergunta é: até quando resistirá a obediência cega e absoluta ao Chefe? O mundo de Berlusconi nunca esteve tão em desacordo com Berlusconi" em si, escreveu o La Stampa.

"Muitos parlamentares do PDL percebem em suas respectivas cidades a contradição dos seus eleitores em relação a queda do governo de Enrico Letta. Eleitores que não entendem o gesto de Cavaliere. Ou melhor, eleitores que entendem como uma reação a seus problemas legais", acrescentou o jornal.

Berlusconi foi condenado no dia 1º de agosto de forma definitiva a uma pena de prisão de quatro anos (reduzida a um) por fraude fiscal.

O magnata das comunicações, de 77 anos, que governou a Itália durante 12 dos últimos 19 anos, escolheu cumprir sua condenação em sua casa de Roma, ao invés de realizar trabalhos de interesse geral.

Dessa forma, o Cavaliere corre o risco de ser destituído de seu cargo como senador e ser privado de imunidade parlamentar, tendo que enfrentar mais um julgamento por prostituição de menor e abuso de poder.

Para solucionar a questão, o chefe de Governo Enrico Letta pedirá um voto de confiança no Senado, onde não dispõe teoricamente de uma maioria.

A esperança é atrair parlamentares do PDL cansados das birras do Cavaliere e formar uma nova maioria com os centristas de Mario Monti e, talvez, com alguns desertores do Movimento Cinco Estrelas - que já não dependem do apoio Berlusconi.

Uma reunião de parlamentares do PDL é esperada para o final do dia e deve ajudar a esclarecer as posições.

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