Mundo

Canadá vai indenizar crianças indígenas tiradas de suas famílias

Os chamados "Sixties Scoop" foram colocados em sua grande maioria em famílias brancas de classe média no Canadá, nos EUA e no exterior

Canadá: eles receberão 800 milhões de dólares canadenses (Chris Jackson/Getty Images)

Canadá: eles receberão 800 milhões de dólares canadenses (Chris Jackson/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 6 de outubro de 2017 às 15h42.

Cerca de 20 mil crianças indígenas tiradas de suas famílias na década de 1960 e colocadas em programas de adoção e lares de acolhimento receberão 800 milhões de dólares canadenses (US$ 640 milhões) em indenização, anunciou o governo canadense.

Os chamados "Sixties Scoop" foram colocados em sua grande maioria em famílias brancas de classe média no Canadá, nos Estados Unidos e no exterior.

Nos últimos anos, uma série de ações judiciais e coletivas foram apresentadas pela perda da identidade indígena das crianças, alegando que eles sofreram distúrbios psiquiátricos, caíram no abuso de substâncias tóxicas, desemprego, violência e suicídios.

"As pessoas afetadas pelo 'Scoop' dos anos 60 nos disseram que a perda de sua cultura e idioma estão entre os piores tipos de danos que sofreram", declarou a ministra das Relações Indígenas, Carolyn Bennett, em uma coletiva de imprensa ladeada por sobreviventes dessa política e chefes tribais.

Bennett apresentou quatro sobreviventes do Scoop que foram criados nos Estados Unidos, outro que agora fala com um sotaque escocês e um sexto que havia sido tirado de sua casa no Ártico e colocado com uma família na província da Nova Escócia, a mais de 6.000 quilômetros de distância.

O montante, que ainda precisa da aprovação da justiça, será dividido entre os sobreviventes do Scoop e uma fundação de reconciliação.

Acompanhe tudo sobre:CanadáIndenizaçõesIndígenas

Mais de Mundo

Argentinos de classe alta voltam a viajar com 'dólar barato' de Milei

Trump ameaça retomar o controle do Canal do Panamá

Biden assina projeto de extensão orçamentária para evitar paralisação do governo

Com queda de Assad na Síria, Turquia e Israel redefinem jogo de poder no Oriente Médio