Canadá privatizará produção de maconha com fins terapêuticos
Leona Aglukkag, ministra da Saúde do Canadá, fez o anúncio no domingo, alegando que as regulamentações atuais "deixaram o sistema exposto a abusos"
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 19h59.
Ottawa - O governo do Canadá deixará de produzir e distribuir maconha para uso medicinal, deixando a atividade nas mãos do setor privado, uma mudança de política que gerou fortes críticas esta segunda-feira.
Leona Aglukkag, ministra da Saúde do Canadá, fez o anúncio no domingo, alegando que as regulamentações atuais "deixaram o sistema exposto a abusos".
A ministra explicou que o governo recebeu "preocupações gerais" por parte de funcionários sobre "como as pessoas estão se escondendo por trás destas regras para levar adiante atividades ilegais, pondo em risco a saúde e a segurança dos canadenses".
Aglukkaq disse que Ottawa não produzirá, nem distribuirá mais maconha com fins terapêuticos. Ao contrário, empresas privadas poderão adquirir licenças para cultivar e vender o produto a preços de mercado.
Os pacientes com receita médica poderão, a partir de março de 2013, adquirir uma variedade de cepas de maconha de fabricantes licenciados, que são os que determinarão os preços.
Por outro lado, os indivíduos não terão permissão para cultivar maconha em casa para uso pessoal, disse Aglukkaq.
A medida despertou críticas dos médicos, que se queixaram porque estão pedindo que prescrevam uma substância que ainda não foi testada clinicamente.
Embora alguns riscos do consumo de maconha, como o de doença pulmonar ou psicose, estejam comprovados, os benefícios, por exemplo o alívio das dores, são até o momento anedóticos, afirmam.
Os médicos sustentam que agora se pede que sejam os únicos guardiões do programa e acusam o governo de renegar sua responsabilidade.
"É equivalente a pedir aos médicos que prescrevam com os olhos vendados", disse à presidente da Associaçao de Médicos do Canadá, Anna Reid, ao jornal Globe and Mail.
Ativistas favoráveis à maconha e deputados da oposição pediram a descriminalização da droga tanto para o uso médico quanto recreativo, depois que dois estados do vizinho Estados Unidos legalizaram a maconha no mês passado.
A Associação para o Acesso Médico à Canabis, distribuidora da maconha medicinal com sede em Montreal, comentou que "a criação de um mercado comercial é ostensivamente progressista".
"Estamos sendo testemunhas da convergência de um movimento pela justiça social como um setor comercial emergente. Será um caminho duro", afirmou a associação em um comunicado.
No entanto, o grupo acrescentou que, "para muitos pacientes que cultivam (maconha), este é um passo adiante e dois atrás".
Vinte e seis mil canadenses estão autorizados a usar a maconha com fins medicinais, comparativamente com os 500 que podiam fazer o mesmo há uma década, segundo fontes do governo.
Segundo pesquisas de opinião, um milhão de canadenses fumam maconha regularmente com fins recreativos.
O departamento de Saúde do Canadá vende a grama de maconha a 5 dólares canadenses e se diz que o produto é fortemente subsidiado pelos contribuintes. O preço nas ruas pode triplicar.
Ottawa - O governo do Canadá deixará de produzir e distribuir maconha para uso medicinal, deixando a atividade nas mãos do setor privado, uma mudança de política que gerou fortes críticas esta segunda-feira.
Leona Aglukkag, ministra da Saúde do Canadá, fez o anúncio no domingo, alegando que as regulamentações atuais "deixaram o sistema exposto a abusos".
A ministra explicou que o governo recebeu "preocupações gerais" por parte de funcionários sobre "como as pessoas estão se escondendo por trás destas regras para levar adiante atividades ilegais, pondo em risco a saúde e a segurança dos canadenses".
Aglukkaq disse que Ottawa não produzirá, nem distribuirá mais maconha com fins terapêuticos. Ao contrário, empresas privadas poderão adquirir licenças para cultivar e vender o produto a preços de mercado.
Os pacientes com receita médica poderão, a partir de março de 2013, adquirir uma variedade de cepas de maconha de fabricantes licenciados, que são os que determinarão os preços.
Por outro lado, os indivíduos não terão permissão para cultivar maconha em casa para uso pessoal, disse Aglukkaq.
A medida despertou críticas dos médicos, que se queixaram porque estão pedindo que prescrevam uma substância que ainda não foi testada clinicamente.
Embora alguns riscos do consumo de maconha, como o de doença pulmonar ou psicose, estejam comprovados, os benefícios, por exemplo o alívio das dores, são até o momento anedóticos, afirmam.
Os médicos sustentam que agora se pede que sejam os únicos guardiões do programa e acusam o governo de renegar sua responsabilidade.
"É equivalente a pedir aos médicos que prescrevam com os olhos vendados", disse à presidente da Associaçao de Médicos do Canadá, Anna Reid, ao jornal Globe and Mail.
Ativistas favoráveis à maconha e deputados da oposição pediram a descriminalização da droga tanto para o uso médico quanto recreativo, depois que dois estados do vizinho Estados Unidos legalizaram a maconha no mês passado.
A Associação para o Acesso Médico à Canabis, distribuidora da maconha medicinal com sede em Montreal, comentou que "a criação de um mercado comercial é ostensivamente progressista".
"Estamos sendo testemunhas da convergência de um movimento pela justiça social como um setor comercial emergente. Será um caminho duro", afirmou a associação em um comunicado.
No entanto, o grupo acrescentou que, "para muitos pacientes que cultivam (maconha), este é um passo adiante e dois atrás".
Vinte e seis mil canadenses estão autorizados a usar a maconha com fins medicinais, comparativamente com os 500 que podiam fazer o mesmo há uma década, segundo fontes do governo.
Segundo pesquisas de opinião, um milhão de canadenses fumam maconha regularmente com fins recreativos.
O departamento de Saúde do Canadá vende a grama de maconha a 5 dólares canadenses e se diz que o produto é fortemente subsidiado pelos contribuintes. O preço nas ruas pode triplicar.