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Cana tem parte recorde na matriz energética

No ano passado, participação da matéria prima na geração de energia do país subiu para 18%

Canavial no interior de São Paulo: em 10 anos, utilização de fontes renováveis na matriz energética subiu 4,9% no Brasil (Arquivo)

Canavial no interior de São Paulo: em 10 anos, utilização de fontes renováveis na matriz energética subiu 4,9% no Brasil (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Rio de Janeiro - Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje (1º), mostra que a cana-de-açúcar atingiu a maior participação na matriz energética brasileira, em 2009, desde o início do levantamento, em 1992. A participação do produto, que já teve o pico de 14,5%, em 1994, cresceu de 10,9% para 18%, entre 2000 e 2009.

A pesquisa Indicadores de Desenvolvimentos Sustentável (IDS) 2010 confirma que o Brasil tem aumentado o uso de fonte renováveis de energia, como a cana. Entre 1999 e 2009, o percentual de energia não renovável (petróleo, gás natural) na matriz diminuiu de 57,7% para 52,8%, enquanto o de energia renovável aumentou de 42,3% para 47,2%, no período.

De acordo com a pesquisa, o crescimento se deve ao aumento das possibilidade de uso de fontes como a solar, a eólica e a proveniente da cana, além do novos investimentos em hidrelétricas. Nos próximos anos, devem entrar em operação as usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia. "Novas térmicas e termonucleares também estão planejadas", informa o texto.

O documento alerta, porém que o uso de energia renovável pode provocar inúmeros impactos socioambientais. As hidrelétricas causam danos, como inundações de florestas, mudanças no regime dos rios e deslocamentos populacionais, assim como a produção de cana e utilização de lenha e do carvão vegetal também têm problemas.

"É preciso observar, que a cana precisa de grandes concentrações de terra e uso de agrotóxicos para ser produzida", ponderou um dos responsáveis pela pesquisa, Judicael Clevelario Junior. Sobre a lenha e o carvão vegetal, a pesquisa chama atenção para o fato de “boa parte vir da derrubada e da queima de mata nativa”, principalmente do Cerrado e da Amazônia.

Mesmo assim, os dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que a aposta em energias renováveis são uma saída para a crescente demanda por energia. Desde 2002, a taxa por pessoa sobe constantemente e em 2009 chegou a 48,3 gigajoules por habitante, atrás apenas dos 50 GJ/hab, em 2008, a maior demanda, desde o início da série, em 1992.

Em relação as fonte não renováveis, o IBGE avaliou o nível das reservas de petróleo e gás no país, estimando que devem durar por mais 17 anos, contados a partir desse ano, no caso do petróleo e mais 15, no caso do gás. Isso sem contar as reservas do Pré-Sal, que não foram computadas.

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