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Campanhas de Milei e Massa são convocadas para reunião de emergência pela 'convivência democrática'

Representantes dos candidatos se encontrarão nesse sábado, ao meio-dia, em uma decisão inédita da Câmara Nacional Eleitoral

 (LUIS ROBAYO/AFP/Getty Images)

(LUIS ROBAYO/AFP/Getty Images)

Luciano Pádua
Luciano Pádua

Editor de Macroeconomia

Publicado em 18 de novembro de 2023 às 10h52.

Última atualização em 18 de novembro de 2023 às 10h56.

Os representantes das campanhas de Javier Milei e Sergio Massa foram convocados às pressas pela Câmara Nacional Eleitoral (CNE), órgão que organiza as eleições na Argentina, para uma reunião neste sábado, 18, em meio ao aumento das acusações de fraude na disputa.

Segundo a imprensa argentina, Karina Milei, a representante do La Libertad Avanza, e Juan Manuel Olmos, representante do Unión por la Patria, se encontrarão com os três juízes intergrantes da CNE.

"Os juízes tomaram uma decisão inédita nesta instância do processo eleitoral e citaram os representantes com a intenção de preservar a convivência democrática", diz trecho de uma reportagem do Clarín.

Na quinta-feira, 16, a campanha de Milei apresentou uma denúncia acusando -- sem provas -- a Gendarmaria Nacional, principal força de segurança do país, de alterar "o conteúdo das urnas e a documentação" em benefício de Sergio Massa, candidato do governo peronista que venceu no primeiro turno — contrariando o resultado das primárias e da maioria das pesquisas, que apontam Milei na liderança.

O site Infobae informa que Sebastián Schimmel, secretário de Atuação Eleitoral da CNE, se manifestou em relação à apresentação de "fraude" e minimizou a importância dessa denúncia. "São versões absolutamente infundadas, porque nem mesmo nas redes sociais são acompanhadas por argumentos, mas que geram esse clima que tenta ser de desconfiança", opinou esta manhã em uma entrevista à rádio Mitre.

Na sexta-feira, 17, Santiago Viola e Karina Milei compareceram aos tribunais de Comodoro Py, depois de serem convocados pelo promotor, como consequência das acusações. Na ocasião, Viola não apenas não apresentou provas, nem ratificou a acusação, mas admitiu que "a apresentação foi feita em virtude de comentários em redes sociais e alguns artigos de jornal e testemunhos coletados pessoalmente que se referiam aos fatos levados ao seu conhecimento, dos quais estou anexando alguns exemplos neste ato".

Acusações de Milei

A situação que surgiu com Viola se soma às acusações que o próprio Milei vinha fazendo e que se tornaram mais agudas em uma entrevista com o jornalista peruano Jaime Bayly, na qual ele disse que "houve irregularidades de tal dimensão que colocam em dúvida o resultado".

Na conversa, o entrevistador lhe perguntou se o poder eleitoral é independente. Milei insistiu em sua posição e apontou para a CNE, a mais alta autoridade judicial no processo eleitoral, dizendo que "esse poder é muito influenciado pelo poder político". "É bem sabido que quem controla os votos, controla tudo", disse.

Alguns dias antes, após as primeiras acusações do partido ultradireitista, a CNE havia declarado em um comunicado que as "alegações infundadas de fraude que atualmente estão desinformando a opinião pública e minando a democracia". Em seguida, enfatizou que nesses 40 anos de democracia houve 33 "processos eleitorais nacionais completos, de diversas características; todos com resultados aceitos e legitimidade reconhecida e indiscutível".

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