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Cameron descarta proposta de presentear rainha com iate

O luxuoso presente financiado com dinheiro público custaria pelo menos 72 milhões de euros

Cameron: "está claro que a situação econômica é difícil e que os recursos são poucos, por isso pensamos que atualmente este não seria o destino apropriado para o dinheiro público"  (Dan Kitwood/Getty Images)

Cameron: "está claro que a situação econômica é difícil e que os recursos são poucos, por isso pensamos que atualmente este não seria o destino apropriado para o dinheiro público" (Dan Kitwood/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2012 às 11h09.

Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse nesta segunda-feira que usar o dinheiro dos contribuintes para comprar um novo iate para a rainha Elizabeth II 'não seria apropriado' nesta época de austeridade.

Cameron descartou assim a sugestão do ministro da Educação e companheiro do Partido Conservador, Michael Gove, de presentear a rainha Elizabeth II com um iate financiado com dinheiro público que custaria pelo menos 72 milhões de euros.

'Está claro que a situação econômica é difícil e que os recursos são poucos, por isso pensamos que atualmente este não seria o destino apropriado para o dinheiro público', afirmou o premiê através de seu porta-voz oficial.

As declarações de Cameron fortalecem às do número dois de seu Governo, o liberal-democrata Nick Clegg, que também desprezou a proposta esta manhã.

Por causa dos preparativos do Jubileu -a comemoração dos 70 anos da rainha no trono-, o conservador Gove enviou uma carta ao ministro da Cultura e supervisor da celebração, Jeremy Hunt, e a Nick Clegg, onde sugere que a crise do Reino Unido 'requer' uma 'comemoração em larga escala para encorajar o país', segundo publicou o jornal 'The Guardian'.

Clegg descartou esta hipótese nesta segunda-feira por considerar que 'um barco avaliado em vários milhões de libras não é uma prioridade nestes tempos de cortes'. Embora tenha se recusado a comentar diretamente o conteúdo da carta, ele respondeu às perguntas dos jornalistas sobre este assunto no final de um discurso em Londres.


'Muita gente pode pensar que o Jubileu é uma ocasião maravilhosa para comemorar em comunidade e como país, mas suspeito que a maioria acredita que, por causa da escassez de dinheiro, esta festa não deveria figurar entre os primeiros postos da lista de prioridades às quais destinar os poucos recursos públicos', afirmou o vice-premiê.

Gove, ministro da Educação e conhecido monárquico, escreveu em sua carta que o Jubileu 'é uma oportunidade imensa para reconhecer a contribuição significativa da rainha à vida da nação e da Commonwealth' (comunidade britânica de nações).

Para o ministro, os eventos previstos e a festa que será realizada no palácio de Buckingham são 'efêmeros' e a rainha merece um presente 'mais tangível'.

O político conservador defendeu que, além dos 72 milhões de euros que o iate iria custar, também deveriam ser enviados mais fundos para esta comemoração, para que não fique 'eclipsada' pelos Jogos Olímpicos que começam dia 27 de julho em Londres.

Em resposta, o vice-presidente do Partido Trabalhista britânico, Tom Watson, garantiu que Gove está 'fora' da realidade.

'Os orçamentos das escolas estão sendo reduzidos e os pais devem estar se perguntando como Gove pôde ter tal ideia. Este não é momento para gastar 60 milhões de libras em um iate', advertiu Watson.

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