A votação deve ocorrer no final da última audiência do painel (AFP/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de outubro de 2022 às 18h27.
Última atualização em 13 de outubro de 2022 às 18h37.
A Comissão da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que investiga o ataque de 6 de Janeiro ao Capitólio planeja emitir uma intimação para que o ex-presidente Donald Trump dê explicações sobre seu papel nos eventos que levaram à violência que consumiu o Congresso. A decisão é uma escalada dos trabalhos da Comissão que está encerrando essa fase de investigação.
No início da audiência, o deputado Bennie Thompson, democrata do Mississippi e presidente da comissão, disse que o painel poderia votar em "mais ações investigativas", mas não especificou o que isso seria. A decisão de intimar o ex-presidente marcaria o ápice de uma dramática investigação de um ano e meio e um sinal de que a comissão quer continuar seu trabalho além do mandato do atual Congresso.
A votação deve ocorrer no final da última audiência do painel, o qual procurou reorientar a atenção do país para os esforços de Trump para anular a eleição de 2020. Os EUA se preparam para voltar às urnas em 8 de novembro para as eleições de meio de mandato.
Uma intimação do ex-presidente estaria entre as medidas mais agressivas da comissão desde que ela foi formada há mais de 15 meses, mas que seus membros sentiram que precisava ser tomada, dado o papel central de Trump na luta contra os resultados das eleições, segundo uma fonte familiarizada com o trabalho dos congressistas.
Os legisladores do painel sentiram que sua investigação seria incompleta sem questionar Trump sob juramento, embora esteja quase certo que ele lutará contra a intimação, e as tentativas de aplicá-la provavelmente levarão a uma longa batalha legal.
"A causa central de 6 de Janeiro foi um homem, Donald Trump, que muitos outros seguiram", disse a deputada Liz Cheney, republicana de Wyoming e vice-presidente da comissão, acrescentando: "O presidente Trump tinha um plano premeditado de declarar que a eleição foi fraudulenta e roubada antes do dia da votação."
Em mensagens inéditas do Serviço Secreto, o painel produziu evidências de como os grupos extremistas exerceram força na luta pela Presidência de Trump, planejando semanas antes do ataque enviar uma multidão violenta a Washington. "O plano deles era literalmente matar pessoas", dizia uma informação enviada ao Serviço Secreto mais de uma semana antes da violência em 6 de Janeiro.
As investigações envolvendo Trump estão se acumulando. À medida que a audiência da comissão continua a se desenrolar nesta quinta-feira, a Suprema Corte negou o pedido do ex-presidente para intervir na investigação dos documentos de Mar-a-Lago.
A decisão significa que os 103 documentos marcados como confidenciais ficarão de fora do processo especial de revisão de privilégios supervisionados por um juiz federal nomeado por Trump na Flórida, para que o governo não precise mostrar os arquivos confidenciais à equipe jurídica de Trump.
(Com agências internacionais)
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