Mundo

Bruxelas diz que negociação com Mercosul está progredindo, mas não dá prazo para conclusão

Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo da Comissão Europeia fez uma declaração à imprensa sobre o tema; até o momento, França é um dos principais opositores ao acordo comercial

 O Comissário do CD para Economia e Produtividade; Implementação e Simplificação Valdis Dombrovskis comparece a uma audiência no Parlamento Europeu em 7 de novembro de 2024 em Bruxelas, Bélgica (Thierry Monasse/Getty Images)

O Comissário do CD para Economia e Produtividade; Implementação e Simplificação Valdis Dombrovskis comparece a uma audiência no Parlamento Europeu em 7 de novembro de 2024 em Bruxelas, Bélgica (Thierry Monasse/Getty Images)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 21 de novembro de 2024 às 13h39.

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia e encarregado do Comércio, Valdis Dombrovskis, disse nesta quinta-feira, 21, que as negociações para um acordo de associação com o Mercosul estão “progredindo”, mas não deu um prazo para sua conclusão.

“As negociações com o Mercosul estão em andamento, estamos progredindo”, declarou Dombrovskis à imprensa por ocasião de um Conselho de Ministros do Comércio da União Europeia, embora tenha acrescentado que não dá “prazos específicos neste momento” para sua conclusão.

Nessa reunião, a UE discutirá o estado das negociações com o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), enquanto a França continua a se opor ao acordo, principalmente por considerar que ele afetará negativamente sua produção agrícola.

Os dois blocos finalizaram o texto do acordo em 2019, mas, desde então, não avançaram na assinatura do mesmo devido às preocupações europeias com o desmatamento na Amazônia e o impacto do acordo na agricultura da UE.

Por esse motivo, as duas partes vêm negociando um anexo ao texto do acordo que ainda não foi finalizado e sobre o qual outra rodada de contatos técnicos está sendo realizada esta semana em Brasília.

Dombrovskis defendeu o pacto com o Mercosul entre outros acordos de livre-comércio buscados pela UE porque eles “oferecem novas oportunidades de exportação e também diversificação de suprimentos” para a economia europeia.

A ministra delegada do Comércio Exterior da França, Sophie Primas, disse ao chegar à reunião que a UE deve ser “menos ingênua e mais proativa” em relação ao comércio, e garantiu que seu país quer que o Acordo de Paris sobre mudança climática seja uma “cláusula essencial” dentro do pacto do Mercosul.

“Alguns países do Mercosul têm dúvidas sobre a adesão ao Acordo de Paris”, afirmou.

O ministro de Relações Exteriores e Comércio de Luxemburgo, Xavier Bettel, declarou que ainda há “garantias que a UE não tem” desse acordo, e ressaltou que a proteção dos agricultores é importante, mas, “acima de tudo, a confiança do consumidor e as regras que devem proporcionar igualdade de oportunidades”.

A secretária de Estado do Comércio da Espanha, Amparo López Senovilla, expressou sua confiança hoje de que a rodada técnica de negociações sobre o acordo com o Mercosul seria a última e que “progressos substanciais” poderiam ser feitos até dezembro, quando o bloco sul-americano realiza sua cúpula.

“Vim a Bruxelas hoje para defender entre meus colegas que as negociações com o Mercosul devem ser concluídas o mais rápido possível. Com esse acordo comercial, estamos criando uma das maiores regiões de livre-comércio do mundo, com mais de 700 milhões de habitantes. Isso traz grandes vantagens econômicas e geopolíticas para nós e para o Mercosul”, afirmou o ministro de Assuntos Econômicos e Clima da Alemanha, Robert Habeck.

O ministro de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e Comércio Exterior da Suécia, Benjamin Dousa, também se pronunciou a favor do acordo UE-Mercosul.

Acompanhe tudo sobre:BélgicaUnião EuropeiaMercosul

Mais de Mundo

EUA criticam mandados de prisão da Corte de Haia contra Netanyahu e ex-ministro

Em autobiografia, Angela Merkel descreve Trump como alguém 'fascinado' por autocratas

Equador lida com tráfico, apagões e baixo crescimento antes de novas eleições

Chanceler diz que mandado de prisão de Netanyahu é “ataque” e ministro chama ação de "antissemita"