Mundo

Brexit sem acordo é algo "simplesmente louco", diz comissário da UE

Dirigente ainda afirmou que espera que as negociações entre May e o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, possam render algo

Brexit: Theresa May faz as últimas negociações antes da reunião de cúpula emergencial da União Europeia (Yves Herman/Reuters)

Brexit: Theresa May faz as últimas negociações antes da reunião de cúpula emergencial da União Europeia (Yves Herman/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de abril de 2019 às 09h09.

Londres — O comissário de Agricultura e Desenvolvimento Rural da União Europeia, Phil Hogan, afirmou nesta segunda-feira, 8, que uma saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) sem um acordo entre as duas partes é algo "simplesmente louco". Os comentários vêm poucos dias antes de uma reunião de cúpula extraordinária do Conselho Europeu para discutir os próximos passos em torno do Brexit após o Parlamento britânico rejeitar três propostas para o acordo firmado entre o governo de Theresa May e a UE.

Hogan disse que estava estabelecendo planos de contingência no setor agrícola para um cenário de Brexit sem acordo, a fim de garantir que o impacto no agronegócio da UE seja o menor possível. O comissário irlandês ainda afirmou que espera que as negociações entre May e o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, possam render algo. "Apesar da loucura do Brexit, ainda acredito que o senso comum pode prevalecer", disse.

May encontra Merkel e Macron antes de cúpula

A primeira-ministra Theresa May vai se reunir com os líderes da Alemanha e da França antes de uma reunião de cúpula sobre o Brexit programada para esta semana.

May irá viajar para Berlim na terça-feira para se reunir com a chanceler alemã, Angela Merkel, e, em seguida, para Paris para encontrar o presidente francês, Emmanuel Macron, segundo informou hoje o governo britânico.

Nos encontros, May irá expor os motivos pelos quais solicitou, no fim da semana passada, um novo adiamento para o Brexit, como é conhecido o processo para que o Reino Unido se retire da União Europeia.

Na quarta-feira (10), líderes da UE farão uma reunião de cúpula em Bruxelas para considerar o novo pedido da premiê britânica para postergar o Brexit até 30 de junho. Uma extensão exige aprovação unânime dos líderes da UE. Alguns deles, em especial Macron, mostram relutância em conceder novo adiamento.

O Brexit, que deveria originalmente ter sido implementado no dia 29 de março, já foi adiado uma vez, para o próximo dia 12.

Secretário britânico diz que governo está trabalhando

O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt, afirmou que May "não está deixando pedra sobre pedra para tentar resolver o Brexit" dois dias antes de uma reunião de cúpula extraordinária do Conselho Europeu que deve discutir o assunto. Hunt disse que os outros 27 Estados-membros da União Europeia desejam que o Brexit seja resolvido "o mais rápido possível".

Como último recurso, May chegou a iniciar conversas com o líder da oposição trabalhista Jeremy Corbyn, mas não obteve grandes resultados até o momento. "Não é nada fácil para Theresa May iniciar conversas com alguém como Jeremy Corbyn,mas ela está fazendo isso porque está totalmente determinada a entregar o Brexit", disse Hunt antes de uma reunião de ministros de Relações Exteriores do bloco europeu.

Ex-secretário de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson afirmou que o Reino Unido não deve concordar com uma união alfandegária permanente com a UE. Os comentários do conservador vêm em meio a especulações de que o governo de May está prestes a propor esse acordo para obter apoio da oposição trabalhista. De acordo com Johnson, a união alfandegária proposta por Corbyn "escravizaria" o Reino Unido.

Em seu perfil no Twitter, Johnson afirmou que "não deveríamos concordar em ser membros não-votantes da UE, sob a rendição proposta por Jeremy Corbyn. Isso não pode, não deve e não vai acontecer".

Acompanhe tudo sobre:BrexitReino UnidoTheresa MayUnião Europeia

Mais de Mundo

Crise política afeta economia da Coreia do Sul

Geórgia se prepara para a posse de um presidente com posições ultraconservadoras e antiocidentais

Ataques israelenses matam ao menos 48 pessoas na Faixa de Gaza nas últimas 24h

Yoon autorizou exército sul-coreano a atirar para impor a lei marcial, segundo MP