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Brasil mostrará na Rio+20 que energia tem baixas emissões

Estudo da Empresa de Pesquisa Energética mostra que o país é um dos que menos emite gás carbônico com geração de energia

Para os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, a expressão "economia verde" tem diferentes compreensões (AFP)

Para os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, a expressão "economia verde" tem diferentes compreensões (AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2012 às 11h24.

Rio de Janeiro - Anfitrião da Rio+20, o Brasil tem um cartão de visitas para apresentar aos demais países na conferência que vai debater os rumos de um desenvolvimento sustentável. Um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostra que o país é um dos que menos emite gás carbônico no mundo com a geração de energia.

O relatório aponta que as emissões de gases de efeito estufa pelo país na produção e uso de energia correspondeu a 1,2 por cento do total emitido no mundo em 2009, sendo o 18o maior emissor no ranking dos países mais poluentes nessa área.

A geração de energia nos Estados Unidos correspondeu a 18 por cento do total. A fatia da China foi de 24 por cento. O mundo emitiu 30 bilhões de toneladas de CO2 no período.

Segundo o estudo, com base em dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), para cada dólar do Produto Interno Bruto do país, foi emitido em 2011 0,152 quilo de CO2.

O número do país é menor do que seu próprio índice de 2005, quando o nível de emissão por dólar havia ficado em 0,161 quilo de CO2 por dólar (KgCO2/US$).

O valor atual corresponde a quase metade da emissão média mundial e dos EUA, de 0,33 KgCO2/US$, e dos 0,22 KgCO2/US$ da União Europeia. Entre os Brics, o Brasil fica atrás do 0,41 KgCO2/US$ da China e do 0,73 KgCO2/US$ da Rússia -o maior emissor entre os Brics.

"Isso mostra a eficiência ambiental da economia, na ótica das emissões de energia", disse o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim.


Os principais motivos para níveis mais baixos de emissões, segundo ele, são o reduzido consumo médio per capita, o alto uso da energia renovável -em especial a hidrelétrica- e o uso de etanol na frota de veículos leves. Isso distingue o país em relação aos que têm o carvão mineral com principal matriz energética.

O desafio para o Brasil, considera, será manter baixo o nível de emissões nos próximos anos. "É crescer mantendo o indicador baixo". No caso das emissões per capita, a EPE apurou que o Brasil emite 1,8 tonelada de CO2 por habitante, cerca de nove vezes menos do que os EUA (16,9 toneladas), quase quatro vezes menos que a União Europeia, e quase três vezes menos que a China (5,1 toneladas).

ETANOL O documento da EPE aponta que, no ano passado, o Brasil teve em fontes renováveis quase um terço da matriz energética para veículos leves, percentual que pode chegar a 54 por cento em 2020, movimento patrocinado sobretudo pelo uso do etanol.

A expectativa é que em 2020, o etanol represente mais da metade do consumo de combustíveis pelos automóveis do país e que a produção salte de 25 bilhões de litros (este ano) para 63 bilhões de litros (sendo 51 bilhões de litros como álcool hidratado, que é vendido nas bombas, e o restante como anidro, para adição à gasolina).

SETOR ELÉTRICO Tolmasquim ressaltou ainda que geração de energia pelas hidrelétricas ajudou o país a emitir 64 gramas de CO2 para cada quilowatt-hora (kWh) produzido, ante média mundial de 500 g/KWh.

Recentemente, a EPE divulgou dados preliminares do Balanço Energético Nacional 2012 (BEN), mostrando que a energia gerada por fontes renováveis representou 88,8 por cento da matriz elétrica brasileira.

Considerando a capacidade instalada, a participação de renováveis na matriz elétrica hoje é de 83 por cento, percentual perseguido pelo governo, mas com a projeção de redução da fatia hídrica e elevação da presença do trio PCH-biomassa-eólica.

Mantendo essa proporção, a ideia é evitar a emissão de 500 milhões de toneladas de CO2, montante superior ao total emitido no ano passado na produção e uso de energia.

"Em dez anos, as renováveis vão evitar o equivalente a 17 vezes o que o setor elétrico emite hoje", afirmou o presidente da EPE.

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