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Brasil diz que COP16 é a "partida final" na busca por compromissos

"De alguma maneira causa surpresa ter alguns países ainda voltando a posições antigas", disse chefe da delegação brasileira, Luiz Alberto Figueiredo

COP16 é realizada em Cancún, no México (Omar Torres/AFP)

COP16 é realizada em Cancún, no México (Omar Torres/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2010 às 09h14.

Cancún - O Brasil assinalou nesta sexta-feira que a 16ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudança Climática (COP16) é a "partida final" após um ano de negociações em busca de acordo internacional contra o aquecimento global, e lembrou que a reunião deve alcançar compromissos.

"De alguma maneira causa surpresa ter alguns países ainda voltando a posições antigas, sem se darem conta de que estamos em Cancún, na partida final, e precisamos de compromissos", afirmou o chefe da delegação brasileira em Cancún, Luiz Alberto Figueiredo.

Em plenas negociações de um processo do qual não são esperados resultados espetaculares, surgiram ásperas diferenças entre países que defendem uma segunda fase do Protocolo de Kioto, como os da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), e outros que não acham necessário aperfeiçoar o tratado, sob a liderança do Japão.

"Os países da Alba se queixam de terem avançado em algumas de suas posições em Copenhague, e esperavam o mesmo de outras partes", disse Figueiredo.

A postura da Alba é compartilhada tanto pelos africanos como pela Aliança de Pequenos Estados Insulares (Aosis), enquanto Rússia e Canadá concordam com o Japão.

"Para nossa consternação, estas questões seguem e, inclusive, parecem ser mais fortes em Cancún do que foram ao longo do processo preparatório deste ano", lamentou o representante brasileiro, que apesar disso se mostrou otimista quanto a chegar a um resultado positivo na conferência climática.

"Ainda temos a segunda semana. Espero que a qualidade do diálogo seja muito melhor no final da próxima semana", indicou.

Em relação às discussões sobre as técnicas de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês), Figueiredo indicou que para o Brasil são tecnologias pouco testadas e sem viabilidade comercial.

As CCS consistem em capturar o dióxido de carbono (CO2) e os gases equivalentes procedentes da queima de combustíveis fósseis, comprimi-los para seu transporte e enterrá-los em depósitos subterrâneos ou debaixo do leito marinho.

Figueiredo acredita que a técnica deve seguir sendo desenvolvida e que é mais prudente "esperar um pouco mais" antes de apostar nelas.

Países como México, Arábia Saudita, Noruega, Kuwait, Argélia, Emirados Árabes Unidos, Egito, Iraque, Catar e Jordânia propuseram a tecnologia no grupo de discussão sobre os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kioto como fórmula para reduzir emissões.

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