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Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2012 às 13h35.
Cairo - As forças do regime sírio intensificaram nesta quinta-feira os bombardeios em vários locais próximos a Damasco, segundo a oposição, um dia antes de entrar em vigor a trégua temporária proposta pelo enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, de oposição, informou que os soldados do regime bombardearam os arredores de Harsata, além de Zamalka, Kafr Batna e Saqba, para tentar controlar a periferia de Damasco.
A rede opositora Sham, por sua vez, afirmou em comunicado que os bombardeios foram intensos, já que foram usadas artilharia pesada e bombas.
O Observatório acrescentou que foi encontrado o cadáver de um padre, identificado como Fady al Haddad, da igreja de Mar Ilias, na cidade de Qatna, situada nos arredores da capital, que havia sido sequestrado por homens armados desconhecidos.
A Comissão Geral da Revolução Síria relatou que o religioso foi sequestrado há uma semana e que seu corpo foi descoberto hoje.
Também hoje, ao menos 11 pessoas morreram pela violência em distintas áreas da Síria, entre elas os subúrbios de Damasco e de Aleppo, afirmou a Rede Síria para Direitos Humanos em comunicado.
Em declaração à Agência Efe pela internet, o coordenador da rede Sham em Aleppo, Mohammed Noor, disse que continuam os bombardeios contra cidades como Andan, Hayan e Huriyatan, no norte da província.
"Quase não conseguimos dormir com os bombardeios", queixou-se Noor, que disse que os ataques continuaram apesar da celebração da festividade muçulmana do Eid al-Adha (Festa do Sacrifício), que começa amanhã.
Brahimi propôs uma trégua durante a festa entre o governo de Damasco e os rebeldes, em uma nova tentativa de encerrar a crise.
Ontem, o mediador internacional divulgou no Cairo que o governo sírio havia aceitado o cessar-fogo temporário, da mesma forma que a maioria dos grupos rebeldes, embora ambas as partes ainda não tenham se pronunciado a respeito.
Mesmo assim, um dos grupos armados opositores que operam na Síria, o islamita Frente Al Nusra, antecipou que não respeitará a trégua.
"Não há trégua entre nós e esse regime descarado, que derrama o sangue de muçulmanos e viola sua honra. Entre nós e ele só há a espada", ressaltou em comunicado a organização, que assumiu a autoria de vários atentados suicidas cometidos nos últimos meses em Damasco e em Aleppo.