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Bombardeio ucraniano danifica represa e deixa Kherson sem água e eletricidade

A barragem de Kakhovka, tomada no início da ofensiva russa na Ucrânia, permite abastecer de água a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014

Barragem de Kakhovka: tomada no início da ofensiva russa na Ucrânia, permite abastecer de água a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014 (AFP/AFP)

Barragem de Kakhovka: tomada no início da ofensiva russa na Ucrânia, permite abastecer de água a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014 (AFP/AFP)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 6 de novembro de 2022 às 11h47.

Um bombardeio ucraniano danificou, neste domingo (6), a represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia, e provocou cortes de água e eletricidade da cidade de Kherson, informaram as autoridades de ocupação russas.

"Hoje, às 10h00 (5h00 de Brasília), seis mísseis Himars foram lançados. As unidades de defesa antiaérea derrubaram cinco, um dos quais atingiu a eclusa da barragem de Kakhovka, que foi danificada", declarou um representante dos serviços de emergência da região de Kherson, citado por agências de notícias russas.

Pouco depois, as autoridades de ocupação informaram que o "ataque terrorista organizado pela parte ucraniana danificou três postes de linhas de alta tensão no eixo Berslav-Kakhovka" e que, por essa razão, "não há água nem eletricidade" na cidade de Kherson e em outros distritos da região.

A barragem de Kakhovka, tomada no início da ofensiva russa na Ucrânia, permite abastecer de água a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

Instalada no rio Dnieper em 1956, durante o período soviético, a estrutura é, em parte, construída de concreto e terra. É uma das maiores infraestruturas deste tipo na Ucrânia.

"Tudo está sob controle", declarou o representante da administração instalada pela Rússia em Nova Kakhovka, onde se encontra a represa, 60 km da cidade de Kherson, controlada pelas forças russas.

"Um míssil caiu no local, mas não causou danos críticos", garantiu Ruslan Agayev, citado pela imprensa russa.

O risco de bombardeios contra essa infraestrutura estratégica tem sido levantado desde outubro tanto pela Ucrânia como pela Rússia. Ambos se acusaram de colocar em perigo os milhares de habitantes da região.

Se a barragem explodir, "mais de 80 localidades, incluindo Kherson, se encontrarão na zona de inundação rápida", alertou, em 21 de outubro, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, perante o Conselho da União Europeia.

"Isso pode interromper o abastecimento de água de grande parte do sul da Ucrânia" e afetar o resfriamento dos reatores da usina nuclear de Zaporizhzhia, que extrai água desse lago artificial de 18 milhões de metros cúbicos, advertiu o chefe de Estado.

Diante do risco, a Ucrânia havia solicitado uma missão de observação internacional.

Por sua vez, há vários dias, as autoridades de ocupação russas vêm retirando os civis dos arredores diante de um "possível ataque de mísseis" à represa de Kakhovka, cuja destruição levaria à "inundação do margem esquerda" do rio Dnieper, segundo o governador regional instalado por Moscou em Kherson, Vladimir Saldo.

Kiev denunciou em várias ocasiões essas operações, que chamou de "deportações".

- Oração -

Na frente de batalha, um homem taiwanês de 25 anos que se ofereceu como voluntário contra as forças russas foi morto, tornando-se a primeira vítima de Taiwan desde que a invasão foi iniciada no final de fevereiro, anunciou o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan no sábado.

Em seu relatório diário, o Exército ucraniano acusou neste domingo as forças russas de "destruir" instalações de "operações telefônicas ucranianas" na região de Kherson.

Por sua vez, o Ministério da Defesa russo disse que eliminou "um armazém de mísseis e armas de artilharia das forças armadas ucranianas", incluindo "120 foguetes do sistema Himar", na região ocupada de Donetsk, no leste.

E o papa Francisco, em viagem ao Bahrein, rezou neste domingo pela "Ucrânia martirizada", para que a "guerra termine" após mais de oito meses de conflito.

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