Mundo

BNDESPar amplia influência do governo nas empresas

São Paulo - Braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a BNDESPar está se tornando instrumento cada vez mais útil ao governo para influenciar a economia. A subsidiária foi peça importante da operação que ampliou a participação estatal no capital da Petrobras, mas também põe digitais do governo em pelo […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2010 às 13h01.

São Paulo - Braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a BNDESPar está se tornando instrumento cada vez mais útil ao governo para influenciar a economia. A subsidiária foi peça importante da operação que ampliou a participação estatal no capital da Petrobras, mas também põe digitais do governo em pelo menos outras 150 empresas.

O valor de mercado da carteira de ações da BNDESPar ultrapassou R$ 76 bilhões este ano. Quase 80% dos papéis são de empresas que têm ações negociadas na bolsa. Além da Petrobras, na qual sua porção avançou de 7,7% para 11,8%, a BNDESPar tem participações em várias outras empresas consideradas estratégicas pelo governo. O portfólio vai da estatal Eletrobrás (18,5%) e da tele Oi (16,89%) às gigantes Vale (9,79% da controladora) e Embraer (5,37%). Passa ainda por empresas em estruturação, como a LLX, de Eike Batista (6,02%), e promessas da tecnologia, como Totvs (4,35%) e Bematech (8,21%).

Constituída em 1982 como uma sociedade de controle integral do BNDES - que tem o Tesouro Nacional como único acionista -, a BNDESPar teve boa parte do portfólio formada a partir do seu papel auxiliar nas privatizações da década de 90. No governo Lula, a subsidiária tem sido convocada pelo banco para tirar do papel as diretrizes da chamada política industrial, que incentiva a consolidação e internacionalização em setores considerados prioritários.

Nesse período, ajudou a viabilizar fusões como sócia de empresas como Fibria Celulose (30,42%), união entre VCP e Aracruz; Brasil Foods (2,55%), formada por Perdigão e Sadia; e a petroquímica Braskem (5,55%), que absorveu a rival Quattor. Sem falar no incentivo ao crescimento da Oi, com o argumento de manter o controle nacional da companhia em meio à invasão estrangeira na economia.

Além da compra de ações, a subsidiária do BNDES tem capitalizado empresas com a aquisição de títulos de dívida de longo prazo. A carteira de debêntures da BNDESPar soma R$ 7,5 bilhões em papéis de empresas como Gerdau (R$ 1,3 bilhão), Vale (R$ 1,19 bilhão) e ALL Logística (R$ 258,1 milhões). Na semana passada, a BNDESPar se comprometeu a adquirir pouco mais de R$ 1 bilhão em debêntures da Hypermarcas para manter o seu apetite de aquisições no setor farmacêutico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:BNDESEmpresas estataisEstado

Mais de Mundo

Netanyahu oferece quase R$ 30 milhões por cada refém libertado que permanece em Gaza

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia

Biden se reúne com Lula e promete financiar expansão de fibra óptica no Brasil