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Biodiesel quer novo marco para garantir expansão

Atual regulação prevê apenas uma adição de 5% do biocombustível no diesel mineral

Ônibus carioca a biodiesel: país já pode adicionar 10% à mistura do combustível (Divulgação)

Ônibus carioca a biodiesel: país já pode adicionar 10% à mistura do combustível (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2010 às 17h00.

O aumento da mistura do biodiesel no diesel mineral depende de um novo marco regulatório para o setor, de acordo com o presidente da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Odacir Klein. Segundo ele, o marco regulatório vigente prevê apenas a adição de até 5% no biodiesel, que estava previsto para 2013 mas foi adiantado para 2010 em função da grande oferta existente no País.

"A capacidade produtiva de biodiesel existente no Brasil hoje já é suficiente para implementarmos a mistura de 10% sem problemas", afirma Klein. O executivo afirma que o mercado encontra-se estagnado, com capacidade produtiva de 5,1 bilhões de litros, mas demanda efetiva de apenas 2,4 bilhões de litros. "Se não houver um novo marco regulatório que mostre um crescimento gradual da mistura no médio e longo prazo, dificilmente haverá novos investimentos no setor", afirmou. O setor trabalha com a possibilidade de um horizonte de mistura de 20% de biodiesel no diesel em 2020.

Para embasar a necessidade deste novo marco regulatório, a Ubrabio encomendou um estudo para a FGV Projetos, unidade de extensão de ensino e pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, que já realiza vários projetos no setor de etanol. Segundo este projeto para atingir os 20% de mistura em 2020, o setor precisará de investimentos de R$ 7,36 bilhões nos próximos dois anos. "Para atender o B20, a capacidade produtiva do setor teria que ser de 14,3 bilhões de litros", disse o coordenador de projetos da FGV Projetos, especialista em biocombustíveis, Cleber Guarany.

Atualmente, 78% do biodiesel produzido no Brasil utiliza a soja como matéria-prima, 16% o sebo bovino, 3% o óleo de algodão e outras oleaginosas são responsáveis pelos outros 3%. De acordo com Guarany, a soja continuará sendo a principal fonte de matéria-prima no longo prazo mas a participação das outras oleaginosas tende a crescer atingindo 25% em 2020, ante uma redução da soja para 70%. A participação do sebo bovino e do algodão deve recuar para menos de 5% cada um.

No caso do óleo de soja, a demanda atual de 1,88 bilhão de litros deverá crescer para 10,025 bilhões de litros em 2020. A participação de outras oleaginosas na produção, incluindo óleo de palma, pinhão manso, girassol, mamona e outros, deve crescer de 118 milhões de litros para 3,38 bilhões de litros no período analisado, de acordo com o estudo da FGV.

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