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Biden visita Geórgia, onde democratas tentam conquistar maioria no Senado

O estado terá segundo turno para as cadeiras do Senado em janeiro, diante dos placares apertados na eleição. O resultado pode definir o governo Biden

Biden em comício em Atlanta durante a campanha: grande fluxo de votos veio dos eleitores das grandes cidades e de parte do eleitorado negro (Brian Snyder/Reuters)

Biden em comício em Atlanta durante a campanha: grande fluxo de votos veio dos eleitores das grandes cidades e de parte do eleitorado negro (Brian Snyder/Reuters)

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Carolina Riveira

Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 07h01.

Última atualização em 15 de dezembro de 2020 às 10h17.

Passada a eleição presidencial, a nova disputa eleitoral que deve mobilizar as atenções nos Estados Unidos será no Senado. É pensando nessa frente que o presidente eleito, o democrata Joe Biden, tem visita marcada na Geórgia na tarde desta terça-feira.

O estado terá segundo turno para as cadeiras do Senado, diante dos placares apertados na eleição em 3 de novembro (a eleição para parte do Congresso foi feita junto à presidencial). O pleito acontece em 5 de janeiro, mas a largada já foi dada nessa segunda-feira, quando começaram os votos antecipados no estado.

Se ganharem as eleições na Geórgia, os democratas voltam a ter maioria — ainda que pequena, de duas cadeiras — no Senado. A Geórgia não escolhe um democrata para alguma de suas vagas no Senado desde a década de 90.

As duas vagas em disputa hoje pertencem aos republicanos. Na primeira, o reverendo democrata Raphael Warnock lidera contra a atual senadora Kelly Loeffler por mais de 340.000 votos. Warnock é pastor da mesma igreja que foi liderada por Martin Luther King na década de 60.

Na segunda vaga em disputa, o democrata Jon Ossoff está atrás contra o atual senador, David Perdue, que tem cerca de 90.000 votos a mais.

O presidente Barack Obama (ao centro), em comício pedindo votos a Jon Ossoff (esq.) e Raphael Warnock (dir.), candidatos ao Senado na Geórgia (Jessica McGowan/Getty Images)

Na Geórgia, vale lembrar, Biden foi neste ano o primeiro democrata eleito desde Bill Clinton na década de 90. O estado teve votação apertada, com Biden ganhando sobretudo nas áreas metropolitanas de Atlanta e aumentando seus votos entre o eleitorado negro -- com a ajuda de figuras como Stacy Abrams, ativista que ajuda a registrar eleitores e foi candidata a governadora no estado.

O resultado no Senado da Geórgia será crucial para definir os rumos da nova administração de Biden. Os democratas controlam a Câmara, mas com uma maioria mais aperta desde as eleições de novembro. Como Biden bem se lembrará, o controle republicano no Senado foi um dos fatores que atrapalhou a vida do governo Barack Obama em seu segundo mandato.

Já para os republicanos, manter o controle da Casa será necessário para que o partido tenha vias de fazer uma oposição mais dura a Biden.

Depois de Biden, o vice-presidente Mike Pence também deve visitar a Geórgia nesta semana. Pence, que é vice do presidente Donald Trump, já foi ao estado duas vezes desde a eleição em novembro.

Enquanto isso, o colégio eleitoral dos Estados Unidos confirmou nesta segunda-feira a vitória de Biden na eleição presidencial americana. Com os estados que oficializaram os votos da população até agora, Biden ultrapassou os 270 votos necessários para vencer.

Nas urnas, Biden venceu a eleição com 306 votos no colégio eleitoral, contra 232 de Trump (vitória parecida à de Trump em 2016). Cada estado tem um número de delegados a depender do tamanho da população, um sistema diferente do brasileiro. Nos votos absolutos, Biden também venceu, com 51,3% do total, mais de 81,3 milhões de votos, um recorde nos EUA.

 

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