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Biden visita a Amazônia em meio a temores com retorno de Trump ao poder

O presidente dos EUA chega ao Brasil para reforçar o combate às mudanças climáticas em sua última viagem de mandato

Joe Biden destaca compromisso com o clima em visita histórica à Amazônia (Pablo PORCIUNCULA/AFP)

Joe Biden destaca compromisso com o clima em visita histórica à Amazônia (Pablo PORCIUNCULA/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 17 de novembro de 2024 às 09h11.

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Joe Biden fará neste domingo, 17, a primeira viagem à floresta amazônica de um presidente em exercício dos Estados Unidos. No entanto, a visita será ofuscada pelas promessas do presidente eleito, Donald Trump, de reverter suas políticas ambientais.

Biden chegará a Manaus, a maior cidade da região amazônica do Brasil, como parte de uma viagem pela América do Sul que provavelmente será a última grande visita ao exterior de seu mandato.

Depois de se reunir com o presidente chinês Xi Jinping em Lima no sábado, o presidente de 81 anos fará um passeio aéreo pela Amazônia e visitará um museu antes de falar com a imprensa, segundo a Casa Branca.

O chefe de Estado também se encontrará com líderes indígenas e locais que trabalham para proteger a Amazônia, considerada uma região crucial na luta contra o aquecimento global por sua capacidade de absorver CO2.

O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, declarou que Biden faria a "escala histórica na Amazônia para destacar seu compromisso pessoal e o compromisso contínuo dos Estados Unidos em combater a mudança climática em casa e no exterior".

"Esta é, obviamente, uma das causas definitivas da presidência de Biden", declarou Sullivan na quarta-feira.

Floresta em perigo

Mas a visita acontece enquanto o mundo se prepara para o retorno do republicano Donald Trump à Casa Branca em 20 de janeiro, após sua vitória eleitoral esmagadora sobre a democrata Kamala Harris.

O magnata prometeu reverter as políticas de Biden e pode retirar os Estados Unidos dos esforços internacionais para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima do período pré-industrial.

Biden levou o país, o segundo maior emissor de gases do efeito estufa do mundo, de volta ao histórico Acordo de Paris após Trump ter retirado os Estados Unidos do pacto durante seu primeiro mandato. No entanto, o presidente eleito prometeu abandoná-lo novamente.

A Amazônia, que se estende por nove países, com a maior parte no território brasileiro (60%), é uma das áreas mais vulneráveis às mudanças climáticas e à degradação ambiental.

A bacia do Amazonas, geralmente uma das áreas mais úmidas do planeta, registrou os piores incêndios em quase duas décadas, enquanto a América Latina enfrenta uma grave seca, segundo o observatório Copernicus da União Europeia.

Um estudo recente da rede de monitoramento Raisg revela que a floresta amazônica perdeu em quatro décadas uma área do tamanho da Colômbia. Especialistas alertam que a região se aproxima de um ponto de não retorno de "savanização".

Próxima parada: G20

Após a visita histórica, Biden viajará de Manaus para o Rio de Janeiro para participar da reunião de cúpula do G20 na segunda e terça-feira. O retorno de Trump e a conferência da ONU sobre clima em Baku serão temas importantes na agenda.

O americano terá um almoço com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu o compromisso de acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.

No Rio, ele também se encontrará com um dos aliados do republicano na região: o presidente da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, que, assim como Trump, é cético em relação às mudanças climáticas e ao multilateralismo.

Especialistas alertam que uma segunda presidência de Trump provocaria atrasos na transição para a energia verde que Biden estimulou, acabando com as esperanças de alcançar metas climáticas cruciais nos próximos anos.

Durante a campanha, Trump prometeu "perfurar" e aumentar a exploração de combustíveis fósseis. Ele chegou a ironizar a mudança climática alguns dias antes das eleições americanas.

Uma saída dos Estados Unidos da diplomacia climática poderia minar consideravelmente a ação mundial para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, o que daria a grandes poluidores, como China e Índia, uma desculpa conveniente para reduzir suas metas.

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