Biden quer triplicar tarifas sobre aço e alumínio chineses
Presidente do EUA considera que existe uma "concorrência injusta" que penaliza os trabalhadores americanos
Agência de notícias
Publicado em 17 de abril de 2024 às 11h00.
"As políticas e subsídios da China em favor de suas industriais locais de aço e alumínio implicam que os produtos americanos de alta qualidade se veem prejudicados", enfatizou a Casa Branca em comunicado.
Biden, que aos 81 anos espera ser reeleito em novembro em uma nova disputa com Donald Trump, pediu ao Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês) que proponha "triplicar as tarifas" atuais, de 7,5% em média, impostas a uma parte do aço e do alumínio chineses importados pelos Estados Unidos.
Biden viaja nesta quarta-feira a Pittsburgh, Pensilvânia, cidade com grande passado industrial, no segundo dia de visita ao estado fundamental para a eleição presidencial de novembro.
O presidente democrata quer convencer o eleitorado de que é o melhor aliado dos trabalhadores e dos sindicatos, e visitará a sede do sindicato metalúrgico USW. Recentemente, obteve seu apoio para a eleição, após opor-se à compra do grupo americano siderúrgico US Steel pelo japonês Nippon Steel.
O ex-presidente Donald Trump também tenta conquistar o voto da classe trabalhadora: apresenta-se como o defensor da reativação da indústria transformadora americana e prometeu aumentar substancialmente as tarifas se for eleito.
"Segurança econômica e interna"
Washington anunciou em paralelo o início de uma investigação sobre as "práticas desleais da China nos setores dos estaleiros, transporte marítimo e logística".
Tal investigação será realizada pelo USTR e responde a um pedido de várias organizações sindicais desses setores, que denunciam as políticas chinesas, "mais agressivas e intervencionistas que as de qualquer outro país".
"O aço é um componente essencial para nossa indústria nacional da construção naval", indica a Casa Branca.
Os anúncios da Casa Branca são feitos em um contexto de forte rivalidade com a China, apesar do diálogo renovado entre as duas maiores economias mundiais, e de medidas para reduzir a dependência americana das indústrias chinesas.
"O aço fabricado nos Estados Unidos continua sendo essencial para nossa segurança econômica e interna", apesar de "os produtos americanos de alta qualidade enfrentarem a concorrência de alternativas artificialmente baratas e produzidas com emissões de carbono mais altas", enfatizou a Casa Branca.
A administração Biden mencionou "a crescente preocupação com o fato de as práticas comerciais desleais da China, como inundar o mercado com aço vendido abaixo do custo de mercado, estejam distorcendo o mercado global da construção naval e corroendo a concorrência".