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Bergoglio, jesuíta moderado, amante do tango e do futebol

Após a morte de João Paulo II, o arcebispo de Buenos Aires pediu aos cardeais eleitores que não votassem nele, e mesmo assim ficou em segundo lugar, segundo vaticanistas

Bergoglio nasceu em Buenos Aires, vem de uma família de origem italiana e começou sua carreira na Igreja aos 21 anos após estudar ciências químicas (GettyImages)
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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2013 às 19h55.

Buenos Aires - O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco I, é um jesuíta com uma sólida formação acadêmica, considerado um homem dialogante e moderado, amante do tango e torcedor do time de futebol San Lorenzo.

Quem até agora era a máxima autoridade da Igreja argentina é considerado um homem prudente, o que não impediu que tivesse atritos com o atual governo do país em temas como o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Em 2005, após a morte de João Paulo II, o arcebispo de Buenos Aires pediu aos cardeais eleitores que não votassem nele, e mesmo assim ficou em segundo lugar (segundo vaticanistas), atrás apenas de Bento XVI.

O curioso é que, em uma situação praticamente inédita, haverá dois pontífices vivos, já que Joseph Ratzinger se tornou o primeiro líder máximo da Igreja Católica em séculos a deixar o posto por renúncia, ao invés de falecimento, e agora tem o status de papa emérito.

Arcebispo de Buenos Aires e primaz da Argentina, Bergoglio foi na Santa Sé membro da Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos Sacramentos; da Congregação para o Clero; da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica; do Pontifício Conselho para a Família e a Pontifícia Comissão para a América Latina.

Bergoglio nasceu em Buenos Aires, vem de uma família de origem italiana e começou sua carreira na Igreja aos 21 anos após estudar ciências químicas. Ele foi ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1969 e, em plena ditadura militar argentina, entre 1973 e 1979, foi enviado à Alemanha, de onde passou à igreja da Companhia de Jesus de Córdoba.

Em 2001, João Paulo II o nomeou primaz da Argentina e ocupou a presidência da Conferência Episcopal durante dois períodos, até que deixou o posto porque os estatutos o impediam de continuar.


Durante este período, foi conhecido pela tensa relação com os governos do falecido Néstor Kirchner e de sua esposa e sucessora, Cristina Kirchner.

A frieza que marcou o tom de suas relações com o kirchnerismo se transformou em confronto aberto em temas como a crise pelas diferenças entre o governo e as patronais agrárias, a aprovação da lei que reconhece o casamento homossexual e a polêmica sobre o aborto.

Em 2008, durante o conflito com o campo, Bergoglio chegou a pedir a Cristina Kirchner um 'gesto de grandeza' com as entidades patronais agrárias, denunciou 'homogeneização' do pensamento e 'tensão social'.

Em 2010, a cúpula da Igreja Católica argentina entrou em uma 'guerra de Deus' contra o governo e tentou por todos os meios evitar a aprovação da lei que reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Bergoglio liderou manifestações, mobilizou os sacerdotes em defesa da 'unidade familiar' e convocou vigílias contra o parlamento.

Conhecido por sua simplicidade, Bergoglio vivia sozinho, em um apartamento, no segundo andar do edifício da Cúria, ao lado da Catedral de Buenos Aires, no coração da cidade.

A imprensa local lembra hoje que, da janela de seu apartamento, foi testemunha da violência na Praça de Maio durante a crise de dezembro de 2001.

Indignado, ligou para o ministro do Interior para lhe pedir que desse instruções para que os agentes diferenciassem entre ativistas e correntistas que reivindicavam seus direitos.

Em 2004, após a tragédia da boate Cromagnon, percorreu os hospitais da cidade para ajudar as famílias das vítimas.


Pouco amigo de aparições na imprensa, Bergoglio tentou manter um baixo perfil público, costuma usar transporte público e inclusive se confessa na Catedral.

De fato, ele foi dos poucos cardeais que, quando chegou a Roma para a eleição do novo papa, não usou veículos oficiais.

Embora goze de boa saúde, sofre de problemas respiratórios, e teve retirado um pulmão em uma intervenção cirúrgica.

Preocupado pela educação, uma de suas prioridades foi dedicar os esforços da igreja argentina aos centros educativos em geral, e não só às instituições católicas.

O novo papa é um amante dos autores clássicos, gosta de tango e não esconde sua paixão pelo futebol, especialmente pelo San Lorenzo de Almagro, e até tem uma camisa assinada pelo elenco.

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Quem até agora era a máxima autoridade da Igreja argentina é considerado um homem prudente, o que não impediu que tivesse atritos com o atual governo do país em temas como o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Em 2005, após a morte de João Paulo II, o arcebispo de Buenos Aires pediu aos cardeais eleitores que não votassem nele, e mesmo assim ficou em segundo lugar (segundo vaticanistas), atrás apenas de Bento XVI.

O curioso é que, em uma situação praticamente inédita, haverá dois pontífices vivos, já que Joseph Ratzinger se tornou o primeiro líder máximo da Igreja Católica em séculos a deixar o posto por renúncia, ao invés de falecimento, e agora tem o status de papa emérito.

Arcebispo de Buenos Aires e primaz da Argentina, Bergoglio foi na Santa Sé membro da Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos Sacramentos; da Congregação para o Clero; da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica; do Pontifício Conselho para a Família e a Pontifícia Comissão para a América Latina.

Bergoglio nasceu em Buenos Aires, vem de uma família de origem italiana e começou sua carreira na Igreja aos 21 anos após estudar ciências químicas. Ele foi ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1969 e, em plena ditadura militar argentina, entre 1973 e 1979, foi enviado à Alemanha, de onde passou à igreja da Companhia de Jesus de Córdoba.

Em 2001, João Paulo II o nomeou primaz da Argentina e ocupou a presidência da Conferência Episcopal durante dois períodos, até que deixou o posto porque os estatutos o impediam de continuar.


Durante este período, foi conhecido pela tensa relação com os governos do falecido Néstor Kirchner e de sua esposa e sucessora, Cristina Kirchner.

A frieza que marcou o tom de suas relações com o kirchnerismo se transformou em confronto aberto em temas como a crise pelas diferenças entre o governo e as patronais agrárias, a aprovação da lei que reconhece o casamento homossexual e a polêmica sobre o aborto.

Em 2008, durante o conflito com o campo, Bergoglio chegou a pedir a Cristina Kirchner um 'gesto de grandeza' com as entidades patronais agrárias, denunciou 'homogeneização' do pensamento e 'tensão social'.

Em 2010, a cúpula da Igreja Católica argentina entrou em uma 'guerra de Deus' contra o governo e tentou por todos os meios evitar a aprovação da lei que reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Bergoglio liderou manifestações, mobilizou os sacerdotes em defesa da 'unidade familiar' e convocou vigílias contra o parlamento.

Conhecido por sua simplicidade, Bergoglio vivia sozinho, em um apartamento, no segundo andar do edifício da Cúria, ao lado da Catedral de Buenos Aires, no coração da cidade.

A imprensa local lembra hoje que, da janela de seu apartamento, foi testemunha da violência na Praça de Maio durante a crise de dezembro de 2001.

Indignado, ligou para o ministro do Interior para lhe pedir que desse instruções para que os agentes diferenciassem entre ativistas e correntistas que reivindicavam seus direitos.

Em 2004, após a tragédia da boate Cromagnon, percorreu os hospitais da cidade para ajudar as famílias das vítimas.


Pouco amigo de aparições na imprensa, Bergoglio tentou manter um baixo perfil público, costuma usar transporte público e inclusive se confessa na Catedral.

De fato, ele foi dos poucos cardeais que, quando chegou a Roma para a eleição do novo papa, não usou veículos oficiais.

Embora goze de boa saúde, sofre de problemas respiratórios, e teve retirado um pulmão em uma intervenção cirúrgica.

Preocupado pela educação, uma de suas prioridades foi dedicar os esforços da igreja argentina aos centros educativos em geral, e não só às instituições católicas.

O novo papa é um amante dos autores clássicos, gosta de tango e não esconde sua paixão pelo futebol, especialmente pelo San Lorenzo de Almagro, e até tem uma camisa assinada pelo elenco.

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