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Bento XVI pede ‘renovação verdadeira’ da Igreja

Após ter criticado a "hipocrisia religiosa" e as "divisões no corpo eclesial", o papa usou seu último encontro com o clero da Diocese de Roma para fazer o pedido


	Bento XVI: o pontífice disse que é preciso valorizar "a comunhão na Igreja" e 50 anos após o Concílio, "ainda há muito o que fazer"
 (REUTERS/Tony Gentile)

Bento XVI: o pontífice disse que é preciso valorizar "a comunhão na Igreja" e 50 anos após o Concílio, "ainda há muito o que fazer" (REUTERS/Tony Gentile)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 07h48.

Cidade do Vaticano - Após ter criticado a "hipocrisia religiosa" e as "divisões no corpo eclesial", o papa Bento XVI usou na quinta-feira seu último encontro com o clero da Diocese de Roma para pedir uma "verdadeira renovação" da Igreja Católica.

Em uma espécie de conselho não só aos sacerdotes presentes, mas a todos aqueles que conduzirão a Igreja após sua renúncia, até mesmo ao novo papa, Bento XVI procurou retomar o espírito de mudança proposto pelo Concílio Vaticano 2.º (1962-1965).

O pontífice disse que é preciso valorizar "a comunhão na Igreja" e 50 anos após o Concílio, "ainda há muito o que fazer".

Um dos principais desafios do próximo conclave será escolher um papa com vigor para renovar a Igreja e superar as divisões que marcam a Santa Sé.

Bento XVI, segundo a revista italiana Panorama, teria acelerado sua ideia de renúncia depois de ver os resultados de uma investigação por ele encomendada que mostrou uma "resistência generalizada" na Cúria Romana por mudanças e mais transparência. O documento teria sido entregue a ele no dia 17 de dezembro.

Na quinta-feira Bento XVI usou novamente uma aparição pública para alertar que, sem uma renovação e sem superar resistências, a Igreja estaria sob ameaça.

Para muitos presentes, isso foi uma espécie de alerta ao conclave - e também ao próximo papa - sobre a tarefa que terá pela frente diante de um dos principais problemas: a perda de fiéis.


Com relativo vigor, bom humor e serenidade, o papa dedicou a reflexão improvisada à sua própria experiência pessoal como um jovem perito no Concílio Vaticano 2.º, iniciado por João XXIII em 1962 e concluído sob Paulo VI em 1965.

Referindo-se àquela ocasião, Bento XVI recordou: "Todos acreditavam que se devia prosseguir com a renovação.

" Havia, segundo ele, "uma esperança incrível, um novo Pentecostes", observou, numa analogia ao relato bíblico em que os apóstolos são enviados pelo Espírito Santo para pregar no mundo inteiro. Alguns teólogos definem Pentecostes como o verdadeiro início da Igreja.

Num esforço para mostrar que o entusiasmo por uma reforma também faz parte da história da Igreja, Bento XVI lembrou a batalha entusiástica que havia sido aquele Concílio, transformando rituais arcaicos, como a missa em latim, para um modelo mais moderno.

"Mas muito daquilo ainda não foi implementado", lamentou. "Precisamos trabalhar para a realização de um Concílio real e para a real renovação da Igreja", insistiu. "A Igreja é um organismo, é uma realidade vital. Não é uma estrutura. Nós somos a Igreja", afirmou.

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