Paraguai: posse de Benítez deve receber visita de vizinhos, como o brasileiro Michel Temer (Marcos Brindicci/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 15 de agosto de 2018 às 06h49.
Última atualização em 15 de agosto de 2018 às 07h36.
O recém-eleito Mario Abdo Benítez assume a presidência do Paraguai, nesta quarta-feira, e encerra o governo do impopular Horacio Cartes.
Benítez já começou a receber alguns de seus convidados para a cerimônia de posse: ontem, o presidente da Bolívia, Evo Morales, chegou ao país, e foi recebido com promessas de novos acordos bilaterais. Além deste encontro, o ministro das Relações Exteriores paraguaio, Eladio Loizaga, também se reuniu na tarde de terça-feira com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, para assinar um acordo de construção de uma ponte internacional sobre o rio Apa, entre os municípios de Porto Mutinho e San Lázaro.
O presidente Michel Temer também confirmou presença na posse, que parece marcar uma renovação das relações que o Brasil tem com o país vizinho que vive bom momento econômico. Embora Horacio Cartes tenha deixado o Paraguai com baixa popularidade (cerca de 18% de aprovação), o país deve crescer 4,5% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Resta ainda saber se Cartes participará da cerimônia, uma vez que ele deixou o cargo com uma manobra que ajudou a desgastar ainda mais seu nome, envolvido. Em junho, o ex-presidente tentou uma manobra de renunciar ao cargo e poder se inscrever como senador do país. No Paraguai, ex-presidentes viram senadores honorários e vitalícios, um cargo de prestígio, porém sem efeito político. O cargo garantiria uma espécie de imunidade para eventuais investigações de corrupção e outros crimes. Cartes é alvo de denúncias de tentar operar no ano passado por mudanças constitucionais que garantissem sua reeleição.
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O ex-presidente também perdeu pontos por não ter conseguido levar para o dia-a-dia da população a percepção de melhoras econômicas. Sai do cargo com a pecha de beneficiar grandes empresários, como ele próprio, dono de fábricas de cigarros. Questionado sobre a possibilidade de Cartes estar ausente da solenidade, Mario Abdo evitou a controvérsia. Segundo ele, o momento é de “curar feridas”.