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Batalha pelo oeste de Mosul já deixou 100 mil refugiados

16 mil famílias foram forçadas a abandonar tudo desde o início da ofensiva das forças iraquianas para recuperar seu controle do grupo EI

Mosul: homens, mulheres e crianças, carregam consigo o que conseguiram pegar, alguns objetos pessoais que enchem suas malas até a borda (Thaier Al-Sudani/Reuters)
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AFP

Publicado em 15 de março de 2017 às 12h46.

Todos os dias, centenas se lançam em estradas, carregando sacolas cheias com tudo o que puderem carregar: cerca de 100.000 pessoas deixaram suas casas na zona oeste de Mosul desde o início da ofensiva das forças iraquianas para recuperar seu controle do grupo Estado Islâmico (EI).

Homens, mulheres e crianças, carregam consigo o que conseguiram pegar, alguns objetos pessoais que enchem suas malas até a borda.

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Com roupas muitas vezes empoeiradas, caminham por horas antes de chegar a um posto de controle.

Lá, as forças de segurança tentam descobrir membros do EI que tentam fugir da cidade, se escondendo entre os moradores, relata um jornalista da AFP.

No total, 97.374 pessoas, ou 16.229 famílias, foram forçadas a abandonar tudo desde o início da ofensiva, em 19 de fevereiro, anunciou nesta quarta-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Cerca de 750.000 pessoas viveria nesta parte da cidade antes da operação.

Mais amplamente, de acordo com a OIM, 238.000 pessoas são atualmente consideradas como deslocados internos na região de Mosul, destes, milhares não tiveram escolha a não ser procurar refúgio em acampamentos.

Hajj Ahmed, de 55 anos, deixou recentemente Mosul. "Todas as casas foram destruídas por carros-bomba. E algumas famílias continuam presas na cidade, sem poder sair", relata à AFP.

Explosivos

Na frente militar, o serviço de combate ao terrorismo (CTS), forças de elite que estiveram à frente da reconquista do leste de Mosul, em janeiro, vasculham a zona oeste à procura de dispositivos explosivos deixados pelo EI nos setores retomados pelas forças iraquianas.

O CTS conduz uma "operação para limpar e procurar bombas e carros-bomba", explicou à AFP o general Abdulwahab al-Saadi, chefe da unidade.

"Por enquanto, não há nenhuma operação para avançar e lançar ataques em novos bairros da zona oeste de Mosul", assegurou.

Outro oficial do CTS, o general Maan al-Saadi, confirmou que as operações do dia estavam focados em limpar as áreas reconquistas pelas forças iraquianas.

Na terça-feira, as forças do governo anunciaram a retomada de um novo local simbólico: a estação ferroviária, uma plataforma estratégica fora de operação desde a chegada dos extremistas islâmicos.

Construída em 1940, esta estação permitia o transporte de mercadorias provenientes da Turquia e da Síria para Bagdá e Basra (sul), de acordo com Salam Jabr Sallum, diretor-geral da companhia ferroviária nacional.

O Comando conjunto das operações, que coordena a luta contra o EI, também anunciou a reconquista de duas aldeias no noroeste: Sheikh Mohammed e Al-Jamaliyah.

A retomada da zona oeste de Mosul permitiria ao governo iraquiano estabelecer a sua autoridade sobre a totalidade da cidade, infligindo uma grande derrota ao grupo ultrarradical sunita.

MMossul, onde o líder do EI Abu Bakr Al-Baghdadi fez sua única aparição pública, em julho de 2014, é de fato o último reduto do grupo extremista no Iraque.

Além da estação ferroviária, as forças do governo recuperaram vários prédios importantes ou simbólicos na zona oeste de Mosul.

Nos últimos dias as forças iraquianas expulsaram os extremistas de vários bairros, entre eles o setor onde se encontra a sede do governo da província de Nínive e o edifício do Banco Central, onde os extremistas roubaram milhões de dólares em 2014, quando conquistaram Mosul.

A resistência extremista em Mosul cede, mas os responsáveis militares advertem que ainda serão necessários combates para conseguir reconquistar a totalidade da cidade, em particular a parte antiga, densamente povoada.

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