Base militar de milícia pró-Irã é atacada no Iraque
Nenhum país ou grupo sinalizou a autoria do ataque. Os Estados Unidos negaram envolvimento
Agência de notícias
Publicado em 20 de abril de 2024 às 16h23.
Uma base militar das Forças de Mobilização Popular, grupo composto por cerca de 40 organizações militares apoiadas pelo Irã e pelo governo iraquiano, foi atacada por um bombardeio aéreo na noite de sexta-feira, 19, na província de Babilônia, no Iraque.
Um hospital próximo na cidade de Iskandariya disse que pelo menos três pessoas ficaram feridas na explosão. Nenhum país ou grupo sinalizou a autoria do ataque. Os Estados Unidos negaram envolvimento no ataque.
O bombardeio aéreo ocorreu um dia depois de Israel ter atacado uma base aérea militar perto da cidade de Isfahan, no centro do Irã, segundo duas autoridades israelenses e três iranianas que falaram sob condição de anonimato ao New York Times.
O ataque israelense na sexta-feira, 19, parecia ser a primeira resposta militar de Israel ao Irã após o país persa atacar o território israelense com mais de 300 mísseis e drones no dia 13 de abril.
Redução de tensões
Após os ataques, Tel-Aviv e Teerã sinalizaram que querem diminuir a escalada de tensões neste momento. Em uma entrevista à emissora americana NBC, o chanceler do Irã, Hossein Abdollahian, apontou que não existem evidências concretas de que Israel estava por trás do ataque em Isfahan e que os objetos que atingiram o território iraniano pareciam "brinquedos com os quais nossos filhos brincam e não drones".
As autoridades israelenses permaneceram em silêncio após o ataque. Um oficial israelense afirmou ao Washington Post sob condição de anonimato que o ataque pretendia transmitir a Teerã que Israel tem a capacidade de atacar dentro do país persa.
"Enquanto não houver uma nova ofensiva de Israel contra os nossos interesses, não teremos novas reações", disse Abdollahian na entrevista de sexta-feira. No entanto, o chanceler iraniano sublinhou que Teerã responderia a uma ação militar. "Se Israel atacar o Irã e isso for provado, a nossa resposta será imediata e fará com que se arrependam".
Autoridades dos EUA em várias agências governamentais apontaram que o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, os instruiu a não falar publicamente sobre o ataque israelense na sexta-feira.
O secretário de Estado, Antony Blinken, se recusou a comentar se Washington foi informado por Israel que o ataque iria ocorrer, mas enfatizou que "os Estados Unidos não estiveram envolvidos em quaisquer operações ofensivas". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)