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Bangladesh impede entrada de quase 150 rohingyas no país

As forças de segurança interceptaram os membros da minoria muçulmana que fugiam de Myanmar, após um surto de violência sectária

Rohingyas: mais de um milhão de rohingyas vivem em Rakhine, onde sofrem uma crescente discriminação (Allison Joyce/Getty Images)

Rohingyas: mais de um milhão de rohingyas vivem em Rakhine, onde sofrem uma crescente discriminação (Allison Joyce/Getty Images)

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EFE

Publicado em 25 de agosto de 2017 às 10h23.

Daca - As autoridades de Bangladesh obrigaram nesta sexta-feira o retorno de 146 membros da minoria muçulmana rohingyas que tentavam entrar no país em vários botes desde Myanmar, onde hoje ocorreu um surto de violência sectária.

As forças de segurança interceptaram os rohingyas em "vários botes" durante a madrugada local no rio Naf, que faz fronteira natural entre Bangladesh e Myanmar, disse à Agência Efe Shariful Islam, da guarda de fronteiras.

"Enviamos de volta 146 rohingyas quando estavam tentando entrar no país de maneira ilegal", afirmou Islam, à frente da guarda fronteiriça na área de Teknaf, no sudeste de Bangladesh, onde foram interceptados.

Este é o segundo incidente deste tipo nos últimos dias, depois que no dia 31 os rohingyas foram expulsos também de Bangladesh pelas autoridades do país, um incidente criticado pela Agência da ONU para os Refugiados (Acnur).

A "Acnur está muito preocupada por este incidente, porque como informou a guarda costeira, estavam envolvidas mulheres e crianças que queriam fugir da violência", explicou à Agência Efe na quarta-feira um porta-voz da Agência da ONU para Refugiados, Joseph Surjamoni Tripura.

Além disso, um líder rohingya no distrito de Cox's Bazar, no sudeste do país, assegurou hoje à Agência Efe que nos últimos dias receberam desde Myanmar 200 famílias que fugiam da violência.

O incidente de hoje ocorreu no mesmo dia no qual morreram pelo menos 32 pessoas por ataques reivindicados por rebeldes rohingyas contra forças de segurança no conflituoso estado de Rakhine em Myanmar, local da maioria de membros da minoria.

O ataque aconteceu um dia depois que uma comissão liderada pelo ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan apresentou à imprensa um relatório com recomendações para pôr fim à violência sectária em Rakhine e promover o desenvolvimento da região.

Mais de um milhão de rohingyas vivem em Rakhine, onde sofrem uma crescente discriminação desde o surto de violência sectária de 2012 que deixou pelo menos 160 mortos e cerca de 120 mil deles confinados em 67 campos de deslocados.

A situação piorou após o ataque de 9 de outubro de 2016 perpetrado por supostos insurgentes rohingyas contra postos policiais que causou a morte de nove agentes e a represália das forças de segurança.

Pelo menos 74 mil rohingyas fugiram para Bangladesh, enquanto foram denunciadas incontáveis violações dos direitos humanos e a ONU chegou a falar de "possíveis crimes contra a humanidade".

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