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Bancos portugueses duplicam pedidos de crédito ao BCE

Lisboa - Os bancos portugueses duplicaram no mês passado os empréstimos pedidos ao Banco Central Europeu (BCE), até chegar à soma de 36 bilhões de euros (em torno de 44 bilhões de dólares), segundo dados publicados nesta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP). De acordo com esse relatório mensal do BdP, os bancos portugueses pediram […]

Bancos portugueses duplicaram no mês passado os empréstimos pedidos ao Banco Central (AFP/Patrik Stollarz)

Bancos portugueses duplicaram no mês passado os empréstimos pedidos ao Banco Central (AFP/Patrik Stollarz)

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Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2010 às 17h09.

Lisboa - Os bancos portugueses duplicaram no mês passado os empréstimos pedidos ao Banco Central Europeu (BCE), até chegar à soma de 36 bilhões de euros (em torno de 44 bilhões de dólares), segundo dados publicados nesta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

De acordo com esse relatório mensal do BdP, os bancos portugueses pediram emprestado ao BCE 35,8 bilhões de euros em maio contra 17,7 bilhões em abril.

"É uma alta enorme, apesar de não ser uma surpresa. Isso confirma que os bancos portugueses têm dificuldades para emitir dívida, especialmente no exterior", declarou à AFP o especialista João Pereira Leite, do Banco Carregosa.

Segundo este analista, o sistema financeiro português está muito castigado pela alta das taxas de juros da dívida soberana portuguesa, provocada pela deterioração das finanças públicas do país.

Portugal conseguiu na quarta-feira captar 943 milhões de euros após a emissão de títulos públicos com prazo de 5 anos, apesar de, para isso, ter sido obrigado a oferecer uma taxa de 4,657%, contra 3,701% proposta durante uma operação semelhante no fim de maio.

"Se o Estado português se refinancia a 4,6%, isso quer dizer que os bancos portugueses deverão pagar 6% ou 7% de juros nos mercados financeiros, contra 1% no BCE", explicou Pereira Leite.

O governo socialista do primeiro-ministro José Sócrates anunciou em meados de maio um rígido plano de ajuste para reduzir o déficit público de 9,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009 para 4,6% em 2011 mediante alta de impostos e cortes nos gastos.

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