Sede do Banco Central Europeu (Daniel Roland/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2010 às 15h59.
Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE) decidiu nesta quinta-feira aumentar seu capital em 5 bilhões de euros (cerca de 6,6 bilhões de dólares) para elevá-lo a 10,76 bilhões em três etapas, a partir de 29 de dezembro.
A iniciativa busca enfrentar as exigências da crise na zona do euro (integrada atualmente por 16 países) e enviar um sinal aos líderes europeus que se reúnem nesta quinta e na sexta-feira em Bruxelas.
O conselho de governadores do BCE, reunido desde quarta-feira à tarde na sede da instituição em Frankfurt (oeste da Alemanha), resolveu que os bancos centrais nacionais da zona do euro devem fazer sua contribuição em três vezes.
A primeira etapa será no dia 29 de dezembro. As duas seguintes ocorrem no fim de 2011 e de 2012, informou o BCE em um comunicado.
Cada banco central contribuirá com 1,163 bilhão de euros.
Trata-se do primeiro aumento de capital do BCE nesta escala desde sua criação, há 12 anos.
Os responsáveis do BCE julgaram a operação "apropriada", levando em conta "a volatilidade das taxas de câmbio, as taxas de juros e os preços do ouro, assim como o risco vinculado ao crédito".
Também é motivada pela "necessidade de dispor de uma base de capital adequada em um sistema financeiro que cresceu de forma considerável", acrescentou o BCE.
Alemanha, primeira economia europeia e cujo banco central (Bundesbank) possui cerca de um quinto do capital do BCE, apoiava a medida, assim como a França.
Por sua vez, o BCE não deixa de pedir aos líderes europeus que se envolvam mais no resgate da zona do euro, atingida pela crise da dívida de alguns de seus membros, como Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha.
O BCE pede, por exemplo, que a União Europeia (UE) aumente o fundo de apoio às economias em crise, criado em maio, e realize avanços consequentes em matéria de governação econômica.
Enquanto isso, o BCE decidiu, um pouco contra a sua vontade, prolongar suas medidas anticrise destinadas aos bancos, pelas quais concede empréstimos de liquidez ilimitada e uma taxa fixa de 1% e interfere diretamente no mercado da dívida comprando títulos dos países menos solventes.
Até o momento, o BCE comprou obrigações públicas de Estados na zona do euro, principalmente de Grécia, Portugal e Irlanda, por 72 bilhões de euros.