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Ban pede retomada do diálogo Israel-Palestina

Secretário-geral da ONU pediu a Benjamin Netanyahu e a Mahmoud Abbas, que façam gestos de boa vontade bilateral

Ban Ki-moon: "Volto a pedir aos dois líderes que demonstrem liderança, visão de futuro, coragem e determinação" (Sean Gallup/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2012 às 17h38.

Jerusalém - O secretário-geral da ONU , Ban Ki-moon, esteve nesta quarta-feira em Jerusalém e Ramala para pedir ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que façam gestos de boa vontade bilateral e retornem à mesa de negociações.

'Volto a pedir aos dois líderes que demonstrem liderança, visão de futuro, coragem e determinação para fazer avançar este processo', disse o secretário-geral da ONU em entrevista coletiva conjunta com o chefe de governo israelense.

Ban sugeriu a Israel que interrompa a ampliação dos assentamentos judaicos em território palestino ocupado, uma política que, em sua visão, prejudica o processo de paz, estagnado desde setembro de 2010, apesar de uma tentativa - frustrada - de contatos diretos no mês passado, em Amã.

'Minha posição, a postura da ONU em relação aos assentamentos, é clara. Eles não ajudam o processo de paz. Pedi ao presidente (israelense Shimon) Peres nesta manhã, e nesta tarde ao primeiro-ministro, que se abstenham de novas atividades nos assentamentos em prol das conversas de paz. Esta pode ser uma das formas de expressar gestos', explicou.

Os palestinos consideram a paralisação das construções de colônias judaicas uma condição sine qua non para prosseguir o diálogo, algo rejeitado pelas autoridades de Israel.

'A questão dos assentamentos deve ser abordada nas negociações e no acordo de paz final. Não pode ser uma pré-condição para entrar nas negociações', respondeu Netanyahu ao secretário-geral da ONU.


Numa metáfora do premiê israelense, a exigência de uma moratória das colônias - compromisso assumido por Israel em 2003 - é como se o governo do Estado judaico reivindicasse aos palestinos que 'reabilitassem uma rua em um campo de refugiados para entrar em negociações'.

'Eu não estou impondo pré-condições e sugiro ao presidente Abbas que faça o mesmo', contestou Netanyahu. Para ele, os assentamentos não são o núcleo do conflito, 'mas um de seus resultados', já que a verdadeira causa é, em sua opinião, 'a persistente rejeição (palestina) a reconhecer o Estado de Israel como o Estado do povo judeu, independente de quais forem as fronteiras'.

Ban enfatizou às duas partes que considera fundamental criar 'condições que estimulem o processo de paz e a democratização', e lhes transmitiu sua postura de que este é 'o momento mais apropriado' para a retomada do diálogo, 'considerando todas as mudanças transformadoras que vêm ocorrendo' na região.

Após a reunião com Netanyahu, Ban partiu rumo à cidade de Ramala (Cisjordânia), onde se reuniu e jantou com Abbas na Muqata, sede do governo da Autoridade Nacional Palestina. O líder árabe manifestou 'rejeição absoluta à questão dos assentamentos'.

'Não os aceitamos hoje nem os aceitaremos amanhã. Buscamos uma paz completa e justa que acabe com a ocupação e que leve a uma solução de dois Estados, baseada na legitimidade internacional e nas resoluções da ONU', declarou Abbas.

O presidente palestino confirmou seu compromisso com uma solução de dois Estados baseados nas fronteiras pré-1967 (ano da Guerra dos Seis Dias, quando Israel ocupou terras até então dominadas por árabes) 'que ponha fim à presença israelense em todas as terras palestinas ocupadas, inclusive o vale do Jordão e Jerusalém Oriental, que será a capital da Palestina'.

Ban respondeu-lhe que compreende 'a desmoralização dos palestinos, porque estão sob ocupação e sentem as dificuldades e desafios sem um horizonte claro que ponha fim a esta questão'.

Ele disse que o projeto dos assentamentos viola o direito internacional e destacou que apoiará 'a adscrição do Estado palestino na ONU no marco de uma solução de dois Estados'.

Ban - que também se reuniu com o presidente israelense, Shimon Peres, e com o ministro das Relações Exteriores do Estado judaico, Avigdor Lieberman - dedicará a agenda de quinta-feira a encontros com funcionários da ONU, uma breve visita à Faixa de Gaza e reuniões em Tel Aviv com o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, e a líder da oposição, Tzipi Livni.

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Jerusalém - O secretário-geral da ONU , Ban Ki-moon, esteve nesta quarta-feira em Jerusalém e Ramala para pedir ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que façam gestos de boa vontade bilateral e retornem à mesa de negociações.

'Volto a pedir aos dois líderes que demonstrem liderança, visão de futuro, coragem e determinação para fazer avançar este processo', disse o secretário-geral da ONU em entrevista coletiva conjunta com o chefe de governo israelense.

Ban sugeriu a Israel que interrompa a ampliação dos assentamentos judaicos em território palestino ocupado, uma política que, em sua visão, prejudica o processo de paz, estagnado desde setembro de 2010, apesar de uma tentativa - frustrada - de contatos diretos no mês passado, em Amã.

'Minha posição, a postura da ONU em relação aos assentamentos, é clara. Eles não ajudam o processo de paz. Pedi ao presidente (israelense Shimon) Peres nesta manhã, e nesta tarde ao primeiro-ministro, que se abstenham de novas atividades nos assentamentos em prol das conversas de paz. Esta pode ser uma das formas de expressar gestos', explicou.

Os palestinos consideram a paralisação das construções de colônias judaicas uma condição sine qua non para prosseguir o diálogo, algo rejeitado pelas autoridades de Israel.

'A questão dos assentamentos deve ser abordada nas negociações e no acordo de paz final. Não pode ser uma pré-condição para entrar nas negociações', respondeu Netanyahu ao secretário-geral da ONU.


Numa metáfora do premiê israelense, a exigência de uma moratória das colônias - compromisso assumido por Israel em 2003 - é como se o governo do Estado judaico reivindicasse aos palestinos que 'reabilitassem uma rua em um campo de refugiados para entrar em negociações'.

'Eu não estou impondo pré-condições e sugiro ao presidente Abbas que faça o mesmo', contestou Netanyahu. Para ele, os assentamentos não são o núcleo do conflito, 'mas um de seus resultados', já que a verdadeira causa é, em sua opinião, 'a persistente rejeição (palestina) a reconhecer o Estado de Israel como o Estado do povo judeu, independente de quais forem as fronteiras'.

Ban enfatizou às duas partes que considera fundamental criar 'condições que estimulem o processo de paz e a democratização', e lhes transmitiu sua postura de que este é 'o momento mais apropriado' para a retomada do diálogo, 'considerando todas as mudanças transformadoras que vêm ocorrendo' na região.

Após a reunião com Netanyahu, Ban partiu rumo à cidade de Ramala (Cisjordânia), onde se reuniu e jantou com Abbas na Muqata, sede do governo da Autoridade Nacional Palestina. O líder árabe manifestou 'rejeição absoluta à questão dos assentamentos'.

'Não os aceitamos hoje nem os aceitaremos amanhã. Buscamos uma paz completa e justa que acabe com a ocupação e que leve a uma solução de dois Estados, baseada na legitimidade internacional e nas resoluções da ONU', declarou Abbas.

O presidente palestino confirmou seu compromisso com uma solução de dois Estados baseados nas fronteiras pré-1967 (ano da Guerra dos Seis Dias, quando Israel ocupou terras até então dominadas por árabes) 'que ponha fim à presença israelense em todas as terras palestinas ocupadas, inclusive o vale do Jordão e Jerusalém Oriental, que será a capital da Palestina'.

Ban respondeu-lhe que compreende 'a desmoralização dos palestinos, porque estão sob ocupação e sentem as dificuldades e desafios sem um horizonte claro que ponha fim a esta questão'.

Ele disse que o projeto dos assentamentos viola o direito internacional e destacou que apoiará 'a adscrição do Estado palestino na ONU no marco de uma solução de dois Estados'.

Ban - que também se reuniu com o presidente israelense, Shimon Peres, e com o ministro das Relações Exteriores do Estado judaico, Avigdor Lieberman - dedicará a agenda de quinta-feira a encontros com funcionários da ONU, uma breve visita à Faixa de Gaza e reuniões em Tel Aviv com o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, e a líder da oposição, Tzipi Livni.

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